O senador Rodrigo Cunha (Podemos) pretende pleitear uma das cadeiras da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem, proposta pelo senador Renan Calheiros (MDB). Antes da CPI ser lida em plenário e partir para o início de seus trabalhos, Cunha questionou sua abertura e ainda chamou atenção para o que seria uma “suspeição” de Renan Calheiros, por ter sido presidente da Salgema (atual Braskem) por dois anos.
Cunha quer evitar que a Comissão seja conduzida por interesses eleitoreiros, incluindo a disputa política entre o senador Renan Calheiros e o atual prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL). Para Cunha, Renan Calheiros tem o objetivo de “melar” o acordo firmado entre a Braskem e a Prefeitura de Maceió, no valor de R$ 1,7 bilhão a título de indenização por conta da situação dos bairros em afundamento de solo.
“O que ele (Renan Calheiros) diz para as pessoas mais próximas no Senado é que o objetivo dele é tentar, exatamente com essas palavras, sabotar o acordo que a Braskem firmou com o município de Maceió (…) Como ele não é aliado do atual prefeito, ele quer sabotar o acordo feito com o município”, afirmou o senador em entrevista à Revista Oeste, nesta semana.
A mudança na estratégia — a primeira foi tentar impedir a CPI — minimiza o impacto e mantém sob um “controle” o fato da sua primeira empreitada que poderia ser usada pelos opositores como uma narrativa para minar sua imagem política e a de seus aliados, especialmente à medida que as eleições de 2024 e 2026 se aproximam. Se a oposição retratar Cunha como um esforço para obstruir uma investigação necessária, isso pode afetar sua imagem pública em um momento que as eleições de 2026 estão no horizonte, fazendo com que os rivais explorem a posição de Cunha como um exemplo de seu suposto alinhamento com interesses que não beneficiam o público no caso que afetou mais de 55 mil pessoas nos bairros de Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e parte do Farol, em Maceió.
Fonte – Extra