A crise do MDB de Alagoas, com foco em Arapiraca, já trouxe um benefício para o governador Renan Filho: ele conseguiu, pela primeira vez desde que assumiu o cargo em 2014, escolher um secretário de Educação para chamar de seu.
Até recentemente, a pasta era a única da que o senador Renan pai tinha sob controle, indicando o seu titular.
Como é de conhecimento público, assim como a vaga de vice ainda é ocupada por Luciano Barbosa, por escolha de pai do governador, o titular da Educação seguiu a mesma lógica familiar.
Todos no Palácio sabem – e não só agora quando Barbosa virou o “traidor” – que Renan Filho apenas aceitou a indicação do pai, para vice-governador e para a Secretaria de Educação, mesmo contra a vontade dele.
Depois da confusão com Barbosa, o governador, finalmente, conquistou o direito de indicar o titular da pasta da Educação – e primeira vez ninguém esquece.
A área nunca foi exatamente a prioridade do seu governo – nem dos anteriores -, mas quem sabe agora, com um secretário escolhido por ele e bem conceituado, a situação mude.
Renan Filho, assim como a grande maioria dos governantes brasileiros – e cada vez mais – segue o que dizem as redes sociais ou as pesquisas de opinião.
E como nós brasileiros nunca apontamos a educação como nossa prioridade – é só ver o que acontece hoje –ele não quer nem vai contrariar a maioria: o resultado eleitoral não parece compensar.
Educação custa caro e só apresenta resultados no médio e longo prazo. Quem na está na disputa política, permanentemente, sabe que a imagem que fica é aquela que o cimento construiu.
Além do mais, conhecimento é a véspera da liberdade – e quem vai arriscar?
Fonte – Blog do Ricardo Mota