Sem entrar no mérito se a reforma tributária será boa ou não para o Brasil, é inegável que a aprovação da PEC, com tanta folga em favor do governo, foi uma expressiva vitória do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), que prometeu ao presidente Lula (PT) e cumpriu.
Ao conseguir viabilizar a aprovação de uma proposta que adormecia na Câmara há cerca de 30 anos, Lira inseriu seu nome dentre os grandes articuladores políticos em nível nacional.
E acirrou ainda mais a disputa com Renan Calheiros (MDB/AL), que, principalmente por ter sido presidente do Senado por três vezes, ao longo dos seus 28 anos como senador, passou a ser referência em termos de liderança em Brasília.
Na semana em que Arthur Lira consolidava seu protagonismo, Renan quase não se manifestou nas redes sociais, como costuma fazer, talvez deixando o caminho livre para seu conterrâneo firmar as alianças necessárias para aprovar a PEC da reforma tributária.
Mas o cacique maior do MDB em Alagoas não estava acomodado – ao contrário, tratava de ampliar as bases do seu partido, com a filiação dos prefeitos de Viçosa e de Japaratinga – agora são 64, dentre os 102 do Estado.
O confronto Arthur Lira x Renan Calheiros no âmbito nacional se volta agora para a disputa local, com a proximidade das eleições municipais do próximo ano e, logo depois, a disputa de 2026, em que o interesse maior é pelas duas vagas ao Senado e o almejado cargo de governador.
Os que une os dois rivais é a ligação estreita com o presidente Lula, que, a partir de agora, não terá escolha: ou concilia os dois algozes ou terá de fazer a opção preferencial por um deles.
A balança política registra, hoje, um equilíbrio entre Lira e Renan.
Fonte – Blog do Flavio Gomes de Barros