A CPMI do 8 de Janeiro marcou para terça-feira o depoimento de Augusto Heleno, que chefiou o GSI durante todo o governo Bolsonaro. Logo antes do interrogatório do general, haverá uma etapa deliberativa da reunião, para votação de requerimentos.
Como mostrou o Radar, o presidente da comissão, Arthur Maia, disse a colegas que colocará pedidos de convocação, quebras de sigilo e outras medidas em pauta mesmo sem acordo entre a base do governo Lula e a oposição sobre quais serão votados e aprovados.
Isso significa que o cerco a militares que tiveram cargos de destaque sob Jair Bolsonaro pode apertar ainda mais. Já está previsto para 5 de outubro o depoimento de Walter Braga Netto, cuja convocação está aprovada, e parlamentares governistas prometem tentar levar à CPMI também o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.
Toda a movimentação tem como pano de fundo declarações que Mauro Cid teria supostamente feito à PF como fruto de um acordo de delação premiada e que colocariam Bolsonaro e militares de alta patente no centro da idealização de uma tentativa de golpe – para aliados de Lula, fatos que contrariam o ex-presidente diretamente ao 8 de Janeiro.
Uma das principais integrantes da linha de frente governista na CPMI, Jandira Feghali afirmou que a base de apoio a Lula ainda quer colocar sob interrogatório, além dos generais Braga Netto e Nogueira, um financiador dos atos golpistas e um participante da chamada milícia digital bolsonarista.
Com previsão de o funcionamento da comissão se estender até a semana depois do feriado de 12 de outubro, contudo, pode faltar tempo hábil para levar tantos convocados à tribuna.
Fonte – VEJA