Rufam os tambores da guerra no calheirismo. A compra do Hospital do Coração pela gestão JHC (PL) mostra que o senador Renan Calheiros (MDB) pensa no futuro: quer tirar o prefeito de Maceió do caminho do Palácio República dos Palmares em 2026. Também mostra que o prefeito não tem um grupo coeso e depende dos prefeitos que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), carrega nos bolsos do paletó.
O MDB denunciou a compra do hospital ao Ministério Público Estadual (MPE) e Tribunal de Contas do Estado (TCE). Os grupos políticos não acreditam em milagres – e as investigações não devem prosperar. Ao mesmo tempo, ganha-se tempo no entorno de Calheiros. No Palácio República dos Palmares seguem cotados na disputa municipal – para enfrentar o prefeito – o deputado estadual Alexandre Ayres (MDB); o deputado federal Rafael Brito, que preside o MDB Maceió; o deputado estadual Ronaldo Medeiros, filiado ao PT.
Outros nomes de menor peso eleitoral devem surgir, todos com um objetivo comum: dividir a base de JHC, hoje com aprovação popular de 68%, segundo levantamento realizado pelo MDB. Jota já alcançou 80%. Na Câmara de Vereadores da capital, a expectativa é a construção de um chapão para abrigar os aliados jotistas. Ainda não se sabe se o prefeito permanecerá no PL, legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro, multi investigado por patrocinar uma tentativa de golpe de Estado e inelegível até 2030.
O presidente da Câmara, Galba Netto (MDB), e o líder do prefeito no legislativo municipal, Chico Filho (MDB), são os que costuram o chapão. Há expectativas de baixas. Leonardo Dias (PL), aspone do direitismo extremista local, faz acordos em busca de votos com Galba Netto e Chico Filho em busca da reeleição, enquanto surgem outros nomes seguindo o bolsonarismo e que serão candidatos a vagas na Câmara.
Enquanto isso, o Governo construiu uma base de oposição ao prefeito na Câmara, mas ainda pouco expressiva que, porém, começou a ser organizada nas últimas semanas desde que Renan Calheiros pessoalmente resolveu se envolver no xadrez eleitoral da capital, tanto nas negociações envolvendo o estrago urbano causado pela Braskem quanto estimulando, via MDB, investigações sobre o Hospital do Coração.
Fonte – Extra