A decisão do PL de não participar de nenhum dos dois “blocões” da Câmara foi estratégica, segundo caciques da sigla. O cálculo de lideranças do partido é de que, ao não integrar nenhum dos grupos, a legenda se torna o principal “fiel da balança” para sucessão de Arthur Lira (PP-AL) no comando da Casa em 2025.
Na avaliação de líderes do PL, qualquer um dos blocos que deseje emplacar o próximo presidente da Câmara terá de sentar e fazer concessões à legenda de Jair Bolsonaro para tentar garantir maioria e vencer a eleição interna. A sigla tem hoje a maior bancada da Casa, com 99 deputados.
Mesmo sozinho, o PL é hoje a terceira maior força da Câmara, atrás apenas dos dois “blocões”. O bloco articulado por Arthur Lira tem 173 deputados, enquanto o grupo liderado por PSD, MDB e Republicanos tem 142 integrantes. Assim, o PL fortaleceria consideravelmente qualquer um dos blocos que lance candidatos.
Além de garantir espaços na Casa, a formação dos blocos já sinaliza uma possível disputa pela presidência da Câmara. Lira quer emplacar como seu sucessor o atual líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA). Do outro lado, o principal nome seria o do presidente nacional do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP).
Na quarta-feira (12/4), Lira conseguiu formalizar seu bloco, que conta com: PP, União Brasil, PSDB, Cidadania, Solidariedade, Patriota, Avante, PSB e PDT. Um total de 173 deputados. O outro bloco é formado por MDB, PSD, Podemos, Republicanos e PSC e tem 142 deputados.
PT à margem da disputa
Nesse cenário, há ainda federação PT-PCdoB-PV. Com 81 deputados, o grupo também será um importante fiel da balança na votação. Por ora, no entanto, os petistas preferem ficar à margem da disputa entre os blocões, para não atrapalhar as articulações do governo Lula, que já tem uma fragilizada base na Câmara.
Fonte – Metropoles