O governo brasileiro anunciou nesta sexta-feira (27) que está acompanhando de perto a investigação aberta pela China para avaliar o impacto das importações de carne bovina no setor doméstico do país asiático. A investigação, que analisa exportações realizadas entre 2019 e o primeiro semestre de 2024, inclui todos os países fornecedores e tem prazo estimado de oito meses para ser concluída.
Em nota conjunta, os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e das Relações Exteriores informaram que o Brasil buscará comprovar que suas exportações de carne bovina não prejudicam a indústria chinesa. A nota também ressaltou que, até o momento, não foram impostas medidas restritivas e que a tarifa de importação de 12% continuará em vigor durante o processo.
A China é o maior parceiro comercial do Brasil e o principal destino das exportações de carne bovina brasileira. Em 2023, o mercado chinês respondeu por mais de 60% do total exportado pelo setor. O governo brasileiro destacou a importância do diálogo e da cooperação para preservar a confiança entre os dois países e garantir a continuidade das relações comerciais.
Especialistas do setor agropecuário acompanham com atenção os desdobramentos da investigação. Apesar da incerteza gerada, a Associação Brasileira de Exportadores de Carne (ABIEC) afirmou que o Brasil possui uma relação sólida com a China e um histórico de qualidade no fornecimento de carne bovina.