Durante coletiva de imprensa realizada na noite desta segunda-feira (14), a Polícia Civil de Alagoas revelou um dado que mudou completamente os rumos da investigação sobre o desaparecimento da recém-nascida Ana Beatriz, de apenas 24 dias: a mãe da bebê, Eduarda Silva de Oliveira, apresentou cinco versões diferentes à polícia desde a última sexta-feira (11), quando a criança sumiu em Novo Lino, interior do estado.
A constante mudança nos depoimentos levou os investigadores a descartar a possibilidade de sequestro e a considerar, com mais força, a hipótese de que a criança tenha morrido e o corpo tenha sido ocultado.
“A cada vez que confrontávamos os fatos com o que ela dizia, surgia uma nova versão”, afirmou o delegado Igor Diego, responsável pelo caso, durante a entrevista coletiva. “Nós gastamos toda a energia da PM e da PC em verificar cada uma das situações.”
De acordo com a Polícia Civil, das cinco versões apresentadas por Eduarda, duas foram detalhadas publicamente. Na primeira, ela alegou que quatro pessoas – três homens e uma mulher – teriam sequestrado a criança à beira da estrada, em um carro que seguiu rumo a Pernambuco. A investigação, no entanto, localizou o veículo citado e confirmou que não tinha nenhuma relação com o caso.
A versão mais recente causou ainda mais estranhamento: a mãe disse que dois homens encapuzados teriam invadido sua casa, abusado sexualmente dela e raptado a bebê. Mas, de novo, não houve confirmação. “Os vizinhos não ouviram gritos, e as câmeras de segurança da região não captaram nenhuma movimentação suspeita”, destacou o delegado.
Apesar das contradições, a polícia mantém o esforço nas buscas e afirma que nenhuma hipótese será descartada até que Ana Beatriz seja encontrada. “Se ela apresentar uma sexta ou uma sétima versão, vamos investigar do mesmo jeito. Nosso foco é encontrar a bebê”, declarou Igor Diego.
O delegado também mencionou que fatores emocionais, especialmente relacionados ao puerpério, podem estar influenciando o comportamento da mãe. “Sabemos que o período pós-parto pode trazer alterações psicológicas importantes. Estamos atentos a isso também”, completou.
Equipes da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e cães farejadores seguem mobilizadas em buscas intensas na região onde a família vive. Enquanto isso, a população de Novo Lino aguarda, com angústia, respostas sobre o paradeiro da menina.