O senador Renan Calheiros vem tentando de tudo para que o alagoano o reconheça como defensor das melhores causas por aqui.
Está óbvio que não importa, como agora, que ele tenha passado quase cinco anos em absoluto silêncio sobre o afundamento de Maceió, coincidentemente periodo que antecedeu a caneta chorosa do ministro Toffoli dando destino ignorado às delações da Odebrecht.
Mas ele sabe atuar ocupando os espaços disponíveis na ampla rede de comunicação que montou, inteligentemente, ao longo dos anos (na área jurídica ele foi ainda mais brilhante, emplacando magistrados em todos os tribunais que lhe são importantes).
O senador se move com destreza nesse território, até porque não teme mais constrangimentos, e tantos foram ao longe de décadas de poder.
Além de se espalhar, inclusive na mídia nacional, consegue fazer com que população e imprensa “esqueçam” que o Filho foi governador de Alagoas, nos últimos oito, quatro deles em que Maceió ia afundando e ele no modo “tô moco”.
Conhecido em Brasília como raposa política – e tem gente que acha isso lindo -, ele vai vencendo por pontos seus adversários políticos locais, principalmente aquele que demonstra ser a sua cópia fiel, independentemente dos valores que o leitor e a leitora escolherem.
Quer o nocaute, e pode conseguir facilmente se o instagramável prefeito de Maceió não entender que o homem começa onde acaba o menino.
Mesmo na sua fase mais iracunda, quando o poder em Brasília lhe escapa – para muitos, por lá, ele virou um estorvo político -, Calheiros vai dando as cartas por aqui.
Com o auxílio luxuoso do governador Paulo Dantas, que há de saber que chegou muito além do que se podia imaginar, fruto da criação victoriana em seu laboratório oculto nos porões da Casa de Tavares Bastos.
Fonte – Cada Minuto