A Braskem tem previstos R$ 14,4 bilhões para serem gastos em Maceió (AL). Em entrevista ao Metrópoles, Marcelo Arantes, vice-presidente de pessoas, comunicação e marketing da empresa, afirmou que, do total de recursos previstos, a Braskem já gastou R$ 9,2 bilhões na região, a maior parte em indenizações de pessoas.
“No total, temos estimados no nosso balanço R$ 14,4 bilhões para serem gastos com Maceió, dos quais R$ 9,2 bilhões já foram gastos, sendo que R$ 4,4 bilhões foram destinados à indenização de moradores e comerciantes daquela região”, diz.
O representante destaca que a Braskem participa das ações de compensação, mitigação e reparação à região atingida pelo afundamento do solo. “É todo interesse nosso que esse processo garanta a segurança das pessoas, estabilização do solo, a segurança daquela área e, no futuro, saber qual é o destino que vai ser dado à área dentro do Plano Diretor da cidade”, relata.
Área desocupada
Embora o afundamento do solo seja uma questão discutida desde março de 2018, o tema voltou à tona após movimentação atípica da mina 18, no bairro do Mutange. Em 10 de dezembro, a caverna se rompeu e atingiu um trecho da Lagoa Mundaú.
O representante da Braskem explica que desde abril de 2020, não havia ninguém morando naquela região e que o local onde a mina se rompeu faz parte de área da empresa. “100% da área de risco está desocupada”, enfatiza.
“Nenhuma outra cavidade da Braskem tem qualquer tipo de movimentação até o momento”, sublinha Marcelo Arantes.
Das 35 cavidades, somente nove apresentavam necessidade de serem preenchidas, sendo que seis já foram preenchidas ou pressurizadas. Uma das três que faltavam é a cavidade 18, que teve uma movimentação atípica recentemente. A Braskem destaca que continua com o trabalho de monitoramento do solo.
Em março de 2018, quando abalos sísmico atingiram parte da cidade, ocasião em que aparecem rachaduras em algumas casas, a Braskem foi convidada a apoiar a análise da situação pelos órgãos locais. Em maio de 2019, o Serviço Geológico Brasileiro emitiu um relatório em que coloca três principais hipóteses: qualidade do solo presente na região, falta de sistema de drenagem/água pluvial e a extração de sal pela Braskem, considerado o principal fator. “No mesmo dia, nós paralisamos as únicas quatro minas que estavam em operação naquele dia”, conta Marcelo Arantes.
A Braskem contratou institutos nacionais e internacionais para fazer um estudo mais amplo. Ainda em maio de 2019, a Braskem teve acesso a um relatório do instituto alemão IFG recomendando que parte de uma área de mineração começasse um programa de realocação de pessoas. “No mesmo dia em que nós recebemos a comunicação, nós falamos com a Defesa Civil local, que criou a chamada área de resguardo”, relata.
Em 15 de novembro de 2019, a Braskem encerrou a extração de sal-gema e anunciou a realocação de 1,5 mil famílias em áreas de atenção. Além do remanejamento, a empresa destaca que se comprometeu com os cuidados aos animais, controle de pragas, zeladoria, instalação de sistema moderno de acompanhamento do solo e iniciou plano de fechamento de minas.
Fonte – GazetaWeb