O governo brasileiro e a indústria siderúrgica acompanham com atenção a recente decisão de Donald Trump de impor tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio. Embora o anúncio tenha gerado preocupação, a reação inicial no Brasil tem sido marcada por cautela e análise dos possíveis impactos antes de qualquer resposta oficial.
Incerteza sobre a implementação das tarifas
A principal dúvida entre autoridades e empresários brasileiros é se a medida será, de fato, colocada em prática. Em seu primeiro mandato, Trump anunciou tarifas semelhantes, mas elas não chegaram a ser totalmente aplicadas. Além disso, decisões protecionistas do governo americano costumam ser usadas como estratégia de negociação comercial.
O Brasil, que tem no aço semiacabado um dos seus principais produtos exportados para os Estados Unidos, teme dificuldades no acesso a esse mercado. Em 2024, esse item foi o segundo mais vendido pelo país aos americanos, ficando atrás apenas do petróleo.
Alternativas e possíveis negociações
Apesar da preocupação, o governo brasileiro avalia que há margem para negociação. Uma das possibilidades é redirecionar a produção para outros mercados, como a China, o que pode fortalecer a posição brasileira em eventuais tratativas com os EUA.
Desde que reassumiu a presidência, Trump tem reforçado sua política protecionista. Além do aço e alumínio, ele já impôs tarifas a produtos vindos do Canadá, México e China, seus três principais parceiros comerciais. No entanto, tanto Canadá quanto México conseguiram suspensões temporárias das tarifas após negociações.
Diante desse cenário, o Brasil mantém uma postura estratégica: antes de qualquer reação ou medida de reciprocidade, a prioridade é avaliar os próximos passos dos EUA e buscar soluções que minimizem os impactos para a economia nacional.