A Polícia Federal (PF) realizou a operação Tempus Veritatis nesta quinta-feira (8), visando o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus principais aliados, suspeitos de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado para anular as eleições presidenciais de 2022, que consagraram Luiz Inácio Lula da Silva como presidente.
Dentre os detidos preventivamente estão Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro, Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-assessor do ex-presidente, e Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército. Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal, foi preso em flagrante por porte ilegal de arma durante uma busca e apreensão, enquanto o passaporte de Bolsonaro foi apreendido.
A PF denominou a operação como “Tempus Veritatis” e destacou a investigação sobre uma suposta organização criminosa envolvida na tentativa de golpe de Estado. Especialistas indicam que essas ações apertam o cerco ao redor de Bolsonaro, sendo um movimento estratégico da PF em um jogo de tabuleiro investigativo.
Juristas, como Acácio Miranda e Renato Ribeiro de Almeida, afirmam que as provas coletadas nesta operação fortalecem a possível vinculação do ex-presidente aos eventos de 8 de janeiro. O uso da prisão preventiva de Bolsonaro seria considerado em casos específicos, como a influência nas investigações ou a obstrução da justiça.
Além disso, a delação premiada pode desempenhar um papel importante, já que a operação teve origem em informações fornecidas por Mauro Cid em acordo com o STF. O caminho para acordos judiciais pode ser longo, mas representa uma possibilidade para os alvos presos.
O advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, não respondeu às solicitações do Valor. Quanto aos crimes que Bolsonaro poderia enfrentar, caso comprovada sua influência nos ataques de janeiro, eles se enquadrariam em crimes contra o Estado Democrático de Direito, como a abolição do Estado e atentado às instituições, sujeitos a penas severas.