O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou nesta quinta-feira (23) que sua esposa, Michelle Bolsonaro, será candidata ao Senado pelo Distrito Federal nas eleições de 2026. Em entrevista à coluna, Bolsonaro afirmou que a possibilidade de Michelle disputar a Presidência foi mencionada apenas no campo das hipóteses e ressaltou que, entre os membros da família, a prioridade seria lançar um de seus filhos ao Palácio do Planalto.
“Ela vem como candidata ao Senado aqui em Brasília. Não tem nada negociado ou conversado sobre a Presidência. Se fosse para colocar alguém da família, seria o Flávio ou o Eduardo”, declarou o ex-presidente, referindo-se a seus dois filhos, que atualmente ocupam cargos no Legislativo.
Bolsonaro enfatizou a importância da atuação de seus filhos no Senado e na Câmara. “Preciso do Flávio no Senado e da eleição do Eduardo para o Senado também. Eles têm um bom jogo de cintura no Legislativo. Não posso abrir mão disso”, disse.
“Inelegibilidade é afronta à democracia”
Bolsonaro voltou a criticar sua inelegibilidade, resultado de decisão judicial relacionada ao encontro com embaixadores em 2022.
“Eleição sem mim, por essa inelegibilidade, é uma afronta à democracia. Agora, pode um tribunal decidir quem é candidato e quem não é? Qual o motivo? Porque conversou com embaixadores? Não tem cabimento isso”, afirmou.
Mais cedo, em entrevista à CNN Brasil, Bolsonaro foi questionado sobre nomes que poderia apoiar para a Presidência caso permaneça inelegível. Quando o nome de Michelle foi citado, ele afirmou que não teria problemas em lançá-la como candidata, destacando sua popularidade.
“Vi na pesquisa do Paraná Pesquisas que ela está na margem de erro do Lula. Esse evento lá fora vai dar uma popularidade enorme para ela. Não tenho problemas, seria também um bom nome com chances de chegar. Obviamente, ela me colocando como ministro da Casa Civil, pode ser”, declarou à CNN.
A declaração gerou repercussão política e comparações com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que tentou nomear Lula como ministro da Casa Civil em 2016, durante o processo de impeachment. Após a repercussão, Bolsonaro esclareceu à coluna:
“Quando a jornalista mencionou nomes, citou Caiado, Tarcísio, e depois a Michelle. Eu nem ia falar nada, mas respondi que seria algo hipotético. Disse que só se eu fosse chefe da Casa Civil, para dar equilíbrio político. Mas reafirmo: Michelle é candidata ao Senado aqui em Brasília”, explicou.
A fala reforça o planejamento político do ex-presidente e sua família para as próximas eleições, enquanto a inelegibilidade de Bolsonaro segue sendo um ponto central em sua estratégia de oposição ao atual governo.