Apesar dos avanços observados na educação em Alagoas nos últimos anos, o estado ainda enfrenta altos índices de pessoas sem acesso ao ensino básico. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 48,4% dos alagoanos com 25 anos ou mais não completaram o ensino fundamental, colocando o estado como o segundo mais alto em índices de baixa escolaridade no Brasil, atrás apenas do Piauí.
Esse panorama, no entanto, esconde progressos significativos em relação a censos anteriores. Em 2000, a situação era ainda mais alarmante, com 74,7% da população adulta sem a educação básica completa. Já em 2022, esse número caiu para 49%, refletindo os esforços em ampliar o acesso à educação. Apesar disso, o estado ainda enfrenta uma realidade preocupante, com quase metade da população adulta fora do circuito educacional mínimo necessário.
Desigualdades Regionais Acentuam o Desafio
As disparidades educacionais entre a capital, Maceió, e o interior são um reflexo da dificuldade de acesso à educação em muitas regiões. Maceió se destaca com 20,32% de sua população adulta com ensino superior completo, enquanto no interior, cidades como Mata Grande e Estrela de Alagoas enfrentam índices elevados de pessoas sem instrução, com 66,24% e 65,67%, respectivamente.
Porém, o estado também tem mostrado avanços no ensino superior, com um aumento considerável no número de graduados, que saltou de 3,9% em 2000 para 13,4% em 2022. Alagoas ultrapassou estados como Maranhão e Bahia, mas ainda está abaixo da média nacional de 18,4%.
Frequência Escolar e Outros Avanços
A frequência escolar também registrou um progresso expressivo, com 98% das crianças de 6 a 14 anos matriculadas em 2022, um aumento considerável em relação aos 87% de 2000. No entanto, a taxa de frequência escolar entre jovens de 15 a 17 anos caiu para 85%, indicando a necessidade de mais políticas para manter os adolescentes na escola. Além disso, a matrícula de crianças de 0 a 3 anos cresceu significativamente, passando de 7,7% para 27,8% entre 2000 e 2022.
Desafios para as Populações Vulneráveis
A população indígena em Alagoas enfrenta desafios ainda mais intensos. Cerca de 50% dos indígenas adultos não completaram o ensino fundamental, um número bem superior à média do estado. Somente 7,7% dos indígenas com 18 anos ou mais têm ensino superior completo, enquanto na população geral o índice é de 11,85%.
Conclusão: A Educação em Alagoas Ainda Exige Investimentos
Embora Alagoas tenha avançado em áreas como ensino superior e frequência escolar, o estado ainda precisa de mais investimentos em educação básica para superar as desigualdades e garantir que todos os seus cidadãos tenham acesso a uma formação de qualidade. A redução da taxa de baixa escolaridade, especialmente nas regiões mais carentes, deve ser uma prioridade para que o estado continue a progredir no rumo de uma educação inclusiva e igualitária.