Uma pesquisa recente do Datafolha revelou que os brasileiros desejam mudanças no serviço público, especialmente no que diz respeito à avaliação de desempenho e à possibilidade de demissão de servidores. O levantamento, divulgado no último sábado (16), trouxe dados que destacam tanto a insatisfação com a qualidade dos serviços quanto a vontade de tornar o setor mais eficiente.

Reformas na estabilidade: o que a população pensa?

O estudo mostrou que 80% dos entrevistados acreditam que servidores públicos deveriam ser demitidos em caso de mau desempenho. Apesar disso, 56% consideram que a estabilidade no cargo é necessária para que os funcionários exerçam suas funções de forma adequada.

Outro dado expressivo foi o apoio quase unânime à realização de avaliações de desempenho, com 90% dos brasileiros defendendo testes regulares para a permanência nos cargos.

Quando a demissão é aceita?

A pesquisa identificou situações em que a população considera justificável a demissão de servidores:

• Mau desempenho: Aprovado por 80% dos entrevistados.
• Excesso de funcionários: 55% são favoráveis, enquanto 41% discordam.
• Redução de custos: Apenas 46% apoiam, com 51% sendo contrários.

Esses números mostram que, embora a maioria defenda medidas que garantam eficiência no setor público, questões como cortes para redução de custos geram maior resistência.

Desafios para o setor público

Os resultados indicam que o brasileiro deseja um serviço público mais eficiente e voltado às necessidades da população, mas as opiniões sobre como alcançar isso variam. Especialistas alertam que o desafio está em equilibrar a segurança dos servidores com mecanismos que promovam a produtividade.

“Uma gestão pública moderna exige avaliações periódicas que premiem o bom desempenho e corrijam desvios, mas sem abrir mão da estabilidade como proteção contra interferências políticas”, afirma o economista Pedro Santos.

Sobre a pesquisa

O levantamento foi realizado entre 7 e 8 de outubro, com 2.029 entrevistados em 113 cidades brasileiras. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Os dados reforçam a necessidade de um debate profundo sobre a modernização do serviço público, um tema que está no radar tanto da sociedade quanto dos gestores públicos.