A abertura dos trabalhos de 2024 na Câmara dos Deputados na tarde desta segunda-feira, 5, fugiu, desta vez, do tradicional formalismo que norteia esse evento.
E a figura central de situação inusitada atende pelo nome de Arthur Lira (PP/AL), justamente o presidente da casa, que, de forma direta, e outras vezes indireta, usou do seu discurso para se contrapor ao governo do presidente Lula (PT).
Foi para muitos analistas políticos um recado duro, até de postura de independência do Legislativo em relação ao executivo.
O principal deles diz respeito o controle do Orçamento Geral da União. Disse Lira:
“O Orçamento é de todas e todos brasileiros. Não é e nem pode ser de autoria exclusiva do Executivo e muito menos de uma burocracia técnica que não foi eleita para escolher as prioridades da nação e não gasta a sola de sapato percorrendo os municípios brasileiros.”
Disse mais o presidente da Câmara:
“Errará, insisto, errará grosseiramente qualquer um que aposte numa suposta inércia desta Câmara dos Deputados neste ano de 2024. Seja em razão das eleições municipais que se avizinham, seja, ainda, em razão de especulações sobre eleições para a próxima Mesa Diretora, a ocorrerem apenas no próximo ano. Errará ainda mais apostar na omissão desta Casa – que tanto serve e serviu ao Brasil – em razão de uma suposta disputa política entre a Câmara dos Deputados e o Poder Executivo. Para esses, que não acompanharam nosso ritmo de entregas e realizações, deixo, humildemente, um importante recado: não subestimem esta Mesa Diretora! Não subestimem os membros desta Legislatura.”
E a resposta veio rápida, nesta própria segunda à noite, quando o PSB formalizou sua saída do maior bloco partidário da Câmara, integrado pelo PP de Arthur Lira, o União Brasil, a federação PSDB-Cidadania, o PDT, o Avante, o Solidariedade e o Patriota.
Seguramente, o ano legislativo começa com as ligações estremecidas entre o Executivo e a Câmara dos Deputados.
É, sem dúvida, o pior momento da relação Lula-Lira neste terceiro governo do petista.
Fonte – Blog do Flávio Gomes de Barros