Na última quarta (3), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), esteve ausente do plenário da casa. O motivo? Estava indo à Justiça, pois estava marcada uma audiência de conciliação com o senador Renan Calheiros (MDB) em um processo de calúnia e difamação contra o senador.
O presidente da Casa parou tudo, em um dia marcado por uma operação contra um ex-presidente da República e uma derrota política do governo, para deixar claro que não haverá conciliação com o adversário político.
Lira processou Renan por conta de uma postagem no Instagram do emedebista em outubro do ano passado, em que Renan acusa o deputado, dizendo que Lira “é ladrão já condenado por desvios na Assembleia”.
Calheiros então continua: “Segue roubando no orçamento secreto, metendo as mãos sujas na PF/AL para qual trouxe a aliada. Afastar o governador – favorito que quase venceu no 1º turno – para uma apuração é a anomalia que será rechaçada pelos alagoanos”.
Nos últimos dias, o senador tem dado indiretas em suas redes sociais, sem citar nomes. Algumas não tão indiretas assim para Arthur Lira.
Renan afirmou que o presidente da Câmara “se comporta como o bolsonarista que é”, após Lira defender as emendas de relator e criticar o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Em sua declaração, Renan Calheiros ainda disse que faltam “610 dias” para que Arthur Lira seja “despejado do trono”, se referindo ao fim do mandato de presidente da Câmara.
“Depois de querer rasgar Constituição, fechar o Senado, o novo delírio da abstinência do imperador é ressuscitar o orçamento secreto, degolar ministros de Lula pra inflar seus sabujos. Se comporta como bolsonarista que é. Faltam 610 dias para ser despejado do trono.”, escreveu em seu Twitter, no domingo (30).
Lira defendeu as emendas do relator, conhecidas como orçamento secreto, como meio de resolver o apoio ao governo Lula no Congresso.