
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), é apontado como um dos principais nomes para integrar a reforma ministerial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve anunciar nas próximas semanas. Segundo informações de bastidores, Lula considera Lira um forte candidato para o Ministério da Agricultura, uma pasta estratégica para o governo, especialmente em articulações com o setor do agronegócio.
A escolha de Lira, empresário ligado ao setor agropecuário, é vista como uma oportunidade para o presidente fortalecer a base governista e construir pontes com parlamentares que historicamente apoiaram o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Além da Agricultura, Lira também é cogitado para o Ministério da Saúde, embora essa possibilidade seja mais remota. A Saúde, alvo de críticas recentes, é disputada por outras forças políticas, e interlocutores do Planalto indicam que Lula tende a manter o comando da pasta nas mãos do PT.
Apesar das especulações, Lira tem demonstrado cautela em aceitar um cargo ministerial. O deputado, que consolidou um papel de grande influência sobre o Executivo nos últimos dois anos, estaria relutante em assumir um posto subordinado diretamente ao governo federal. A possibilidade de se ver pressionado ou destituído em caso de conflitos ou polêmicas pesa em sua decisão.
Paralelamente às discussões ministeriais, Lira já articula sua candidatura ao Senado em 2026. O deputado pretende enfrentar Renan Calheiros (MDB-AL), seu principal adversário político em Alagoas. O embate deve intensificar a disputa interna no estado, já que Lula também tem demonstrado interesse em apoiar ambas as candidaturas.
A reforma ministerial que se avizinha busca não apenas reorganizar o governo, mas também ampliar o poder de aliados estratégicos, como o Centrão e o PSD, na reta final do primeiro mandato de Lula. Nesse cenário, o futuro de Arthur Lira, um dos mais influentes líderes do Congresso, permanece como peça-chave no tabuleiro político de Brasília.