A atuação conjunta entre o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o governador de Alagoas, Paulo Dantas, está forçando – aparentemente – a uma mudança de estratégia da Braskem. A companhia fechou, em julho um acordo de R$ 1,7 bilhão com a prefeitura de Maceió e não sinalizava para um entendimento com o governo do Estado, nem uma revisão dos acordos com as vítimas.
No Senado, Renan Calheiros conseguiu assinaturas mais do que suficientes para criar a CPI da Braskem. A instalação da comissão é aguardada com expectativa pelo mercado e tem aprovação de 79% dos maceioenses, segundo pesquisa do Ibrape divulgada na sexta-feira passada (veja aqui).
Já o governador Paulo Dantas anunciou, na quarta-feira (20/7) a criação do Grupo de Trabalho (GT) do Crime da Braskem.
A escolha do nome “crime” se deu a partir de sugestão do próprio governador. A sua assessoria tinha opções mais brandas. Paulo Dantas tem dito a vários interlocutores que não aprova o tratamento dado pela Braskem ao governo de Alagoas em relação ao “evento geológico” da mineração, que provocou o afundamento do solo de vários bairros de Maceió.
A insatisfação do governador cresceu mais depois do acordo entre Braskem e prefeitura de Maceió, em função de questões ainda obscura para o público.
Um dos pontos criticados por Paulo Dantas é a possível especulação imobiliária em decorrência de um acordo entre a empresa e a Prefeitura de Maceió.
“O acordo entre a prefeitura de Maceió e a Braskem transfere cerca de 40% dos imóveis existentes na cidade. A empresa que cometeu um crime ambiental sem precedentes pode lucrar bilhões de reais em alguns anos. O acordo simplesmente faz o causador do desastre lucrar, e a vítima, pagar o preço”, criticou o governador.
Entendimento
Sob pressão crescente, a Braskem sinaliza para o início do diálogo com governo de Alagoas e – por tabela – doo senador Renan Calheiros. Advogados da companhia pediram um encontro com o governador. As partes devem ter a primeira de muitas conversas até Estado terça-feira (26/7).
Paulo Dantas, no entanto, avisa que não fará nenhum acordo com a Braskem se a companhia não se dispuser a fazer uma reparação justa para as vítimas do “evento geológico”.
Fonte – Jornal de Alagoas