Na noite de quarta-feira (15/5), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reuniu sua diretoria colegiada para deliberar sobre o medicamento zolpidem. A decisão resultou em uma restrição adicional à sua venda. Anteriormente classificado na lista B1, permitindo a venda com receita branca de duas vias para doses de até 10 mg, o zolpidem agora só poderá ser adquirido mediante receita azul, retida na farmácia, devido ao seu potencial de causar dependência.
Durante a votação, os diretores da Anvisa concordaram unanimemente com a resolução, que visa dificultar a prescrição do medicamento. O zolpidem, um não benzodiazepínico de curta duração, é amplamente utilizado no tratamento da insônia e como coadjuvante em transtornos psiquiátricos como depressão e ansiedade. Embora seja geralmente seguro quando administrado corretamente, seu uso inadequado pode resultar em efeitos colaterais graves, incluindo alucinações, sonambulismo e amnésia.
O psiquiatra Alisson Marques, do Instituto Meraki em Brasília, ressaltou a importância de uma administração cuidadosa do zolpidem, limitando seu uso a um curto período, aproximadamente dois meses, para evitar a dependência. Ele enfatizou a necessidade de investigar a causa subjacente da insônia antes de iniciar qualquer tratamento medicamentoso, destacando a importância da orientação médica adequada.
Essa decisão da Anvisa reflete uma preocupação crescente com o uso indiscriminado de medicamentos que possam levar à dependência e ressalta a importância de uma abordagem cautelosa na prescrição e no uso de substâncias controladas como o zolpidem.