O consumidor brasileiro pode começar a respirar aliviado. A queda nos preços internacionais das commodities e fatores sazonais do mercado interno devem puxar para baixo os preços dos alimentos no país nas próximas semanas. A projeção é do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, que aponta uma tendência de desaceleração nos custos de produtos essenciais como carne bovina, arroz, feijão, óleo de soja e ovos.
“A recente queda global nos preços das commodities (bens primários com cotação internacional) fará os preços dos alimentos caírem ainda mais nas próximas semanas”, afirmou Fávaro nesta quarta-feira (9). Segundo ele, a redução também é influenciada pela renovação dos estoques e pela queda na demanda por ovos após a Páscoa.
O ministro citou dados do mercado para ilustrar a tendência. “Hoje, eu recebi um dado do varejo e do atacado para a carne bovina. No varejo, ela já caiu e, no atacado, caiu muito mais. É o tempo de consumir o estoque pelo preço antigo, vai cair mais ainda no varejo, como já está se mostrando no atacado”, explicou. A expectativa é que o comportamento se repita em outros itens da cesta básica.
Efeito da produção nacional
Segundo Fávaro, o movimento de queda é resultado também das estratégias adotadas pelo governo para estimular a produção agrícola, sem interferência direta no mercado. “A gente está muito confiante de que, com as medidas tomadas de forma ortodoxa, sem nenhum tipo de pirotecnia, de estímulo à safra brasileira, os preços dos alimentos vão ceder na ponta para o supermercado, para o consumidor, mais do que hoje”, destacou.
Contraste com alta da cesta básica
Apesar das boas notícias, os dados mais recentes ainda mostram um cenário misto: em março, o custo da cesta básica subiu em 14 capitais brasileiras. Mas a expectativa do governo é que o cenário se reverta em breve com o repasse da queda dos preços aos supermercados.
A queda nos alimentos também pode ter um efeito em cadeia sobre a inflação e, com isso, contribuir para uma possível redução nos juros, como já indicou a ministra do Planejamento, Simone Tebet.
Perspectivas para o campo
Em paralelo à queda nos preços dos alimentos, o Ministério da Agricultura discute com a equipe econômica o novo Plano Safra, que deve entrar em vigor em julho. O objetivo é manter o crédito acessível aos produtores, garantir a oferta e ajudar a estabilizar os preços ao consumidor.