Uma medida recentemente publicada no Diário Oficial da União causou desconforto entre líderes religiosos e parlamentares da bancada evangélica. O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, revogou a isenção tributária sobre os salários de ministros de todas as religiões, benefício concedido às vésperas das eleições de 2022 pelo governo de Jair Bolsonaro, que buscava a reeleição.
A Receita justifica a anulação, alegando que o ato de 2022 não recebeu aprovação da subsecretaria de tributação. Para o deputado federal Sóstenes Cavalcante, a ação no governo Lula representa uma afronta às religiões, indicando uma mudança de postura em relação ao governo anterior. O presidente da bancada evangélica no Senado, Carlos Viana, acusa a gestão petista de usar as instituições para atacar opositores politicamente.
O argumento de perseguição religiosa também é mencionado pelo pastor Marco Feliciano, da Assembleia de Deus, que afirma que Lula iniciou uma vingança contra os religiosos. O bispo Robson Rodovalho, da Sara Nossa Terra, concorda com os parlamentares, destacando que o ato vai contra o que já estava previsto na Constituição Federal sobre a imunidade dos salários de líderes religiosos.
Esse impasse cria uma nova tensão entre o presidente Lula e os evangélicos, marcando descontentamento desde o início do governo, com líderes religiosos reclamando da falta de proximidade com o Palácio do Planalto, enquanto aqueles ligados a Jair Bolsonaro mantêm críticas ao petista.