O trânsito de Maceió está um caos. E não é de hoje. Você pode até não concordar (ou não saber), mas foi na administração de Cícero Almeida, com Mozart Amaral na Secretaria Municipal de Infraestrutura, que Maceió deu um salto com ruas e avenidas pavimentadas e outras criadas, como a Pierre Chalita, por exemplo. Rui criou a faixa azul e inaugurou a Josefa de Melo, que havia sido deixada na ponta da agulha por Cícero. Agora, JHC inaugurou a Rota do Mar, que nasceu com Cícero e Rui deixou quase pronta.
E agora? Qual é a boa notícia para pedestres, ciclistas, motociclistas, condutores e os profissionais do transporte (táxi, aplicativos e lotação)? A boa é que o Governo do Estado vai investir pesado na mobilidade urbana de Maceió. Sozinho, diga-se de passagem. E qual é a melhor? Que a Prefeitura também vai investir pesado. A nova via expressa terá 2,3 quilômetros de extensão e contará com duas faixas de tráfego em cada sentido, canteiro central, rotatória, duas pontes, além de ciclovias e calçadas acessíveis. Sabe quem vai construir? A Braskem. E sabe quem vai fiscalizar? Os ministérios públicos Federal (MPF) e Estadual (MPE). Sabe o porquê? Está dentro do compromisso número 8 da Braskem com Maceió, para compensação e requalificação de espaços de convívio social das áreas afetadas e da mobilidade urbana, a partir do Termo de Acordo Socioambiental assinado em dezembro de 2020, entre eles. É um plus (previamente acordado) no R$ 1,7 bilhão a ser repassado para a conta do município.
Entre os outros nove acordos da Braskem, na parceria com a Prefeitura e sob o olhar do MPF e MPE, estão a duplicação da Rua Belo Horizonte, no Pinheiro e a duplicação da Ladeira do Calmon, passando por Bebedouro. A duplicação e Ciclovia na Durval de Góes Monteiro também estão no pacote.
A boa notícia é que haverá uma mudança positiva no trânsito da capital. Estado e Município garantem que as obras serão concluídas em caráter de urgência.
A péssima notícia atinge apenas as famílias e comerciantes que foram enganados e forçados a deixarem seus lares e comércios, na mais perversa trama econômica e social deste país. A Braskem, como um dos personagens responsáveis, vai gastar mais de R$ 10 bilhões. Os protagonistas do crime social e econômico não estão nem citados no relatório da pizza (digo: CPI).
O porquê de torrar R$ 10 bilhões sem nenhuma morte e relatórios inconclusivos é o mistério que, talvez, jamais seja desvendado. Lembrando que o crime não compensa.
E por que parceria inusitada? Se não sabe, procure se inteirar mais sobre política. É ano de eleição.
Fonte – Blog do Wadson Regis