Não há dúvida – e por isso Alagoas exporta protagonistas desde Deodoro da Fonseca – que vivemos num pedaço de chão a ser estudado pela humanidade. Senão, vejamos:
- Maceió, em tese, deveria ser referência nacional no turismo, mas sua infraestrutura (como cidade) é precária ao ponto de praticamente todas as (permita-me) merdas (no plural) acabarem desaguando nas belas praias.
- O litoral deveria ser o foco da geração de emprego e renda, mas o que acontece na Rota dos Milagres, na região Norte, por exemplo, é um pecado contra nativos e um crime contra a natureza.
- No Agreste, se não for Arapiraca, mas como porto seco de logística, pouca coisa acontece para transformar a vida de milhares de agrestinos.
- No Sertão, o Canal (do Sertão) é a maior evidência de que os anos se passam e a vida do sertanejo tem sido irrigada com o blá blá blá de quem comanda, manda ou se diz representante daquele povo.
Ou seja: Alagoas é um pequeno Estado de terra batida, mas com uma “grandeza” (entre aspas pra vc entender melhor) política sem precedentes. E sabe quando tudo muda, quando surge alguém que pode ameaçar o protagonismo das velhas raposas.
O detalhe é o seguinte: A política de Alagoas é como condomínio de luxo, onde os muros são baixos; quando existem muros.
Algo bem parecido com essa estória (com E).
Reza a lenda que numa cidade do interior havia um senhor, exímio vendedor de animais. Certo dia a crise bateu à sua porta e ele decidiu vender um dos seus bichos. Escolheu um burro ruim de carga, que servia, apenas, para carregar mercadorias da cidade, até o sitio onde morava.
Bem… já na feira o dono do animal anunciou a venda do burro e o negócio foi fechado já na primeira oferta. Quando o propício comprador se aproximou o senhor relatou os motivos da venda, mas foi o seu filho quem consolidou a negociação, ao destacar dezenas de características positivas do burro. Impactado com o relato do menino, o homem pagou em espécie e levou o burro (ruim de doer).
Só que, no final da semana seguinte, o homem que comprou o burro foi até a residência do senhor que o vendeu. Ao avistar o comprador, disparou:
bom dia! Mas já lhe adianto que não aceito troca ou devolução.
O comprador retrucou de imediato: Não, senhor! Do burro já me desfiz, quero comprar é o garoto. É que tenho uma mercearia que não está bem e ele (o garoto), com certeza, fará o negócio prosperar.
Moral da história: O personagem principal dessa lenda não é o burro, o dono do burro, nem o comprador. É o menino (filho do dono do burro).
Então, na política de Alagoas, temos muitos personagens assim. Quem procurar e mexer muito vai acabar desaguando em alguma praia.
Deu pra entender?
Fonte – Blog do Wadson Regis