A oposição definiu a estratégia para enfrentar o favoritismo do prefeito João Henrique Caldas (PL), que vai tentar em outubro a reeleição: são anunciadas até agora quatro candidaturas contra JHC.
Em 2020, por exemplo, quando isso foi usado contra o atual prefeito, não deu certo.
É uma estratégia aparentemente difícil essa matemática de dividir forças para alcançar o objetivo, pois nenhuma dessas candidaturas aparenta condições de vitória.
Há situações políticas em que somente um fato novo, de grande relevância, pode impactar o sentimento do eleitorado ao ponto de mudar a tendência do voto.
Parece ser o caso em relação à atual disputa pela Prefeitura de Maceió.
Em Alagoas, há pelo menos dois casos concretos quanto a isso.
Em 1988, o então deputado federal Renan Calheiros era candidato favorito a prefeito, com o radialista e então deputado estadual Sabino Romariz de vice, ambos apoiados pelo governador Fernando Collor de Mello.
Pela oposição, a principal chapa tinha o ex-prefeito João Sampaio candidato com o vereador Galba Novaes de vice e, na madrugada do dia da convenção, surgiu o senador Guilherme Palmeira como candidato, com Sampaio de vice.
A articulação foi fechada no escritório do empresário João Lyra, interessado em assumir como efetivo por dois anos, por ser o primeiro suplente de Guilherme no Senado.
O fato novo mudou o rumo da eleição: Guilherme Palmeira ganhou de Renan Calheiros e João Lyra exerceu o mandato de senador por dois anos.
Em 2002, o ex-governador Ronaldo Lessa era considerado imbatível na disputa pela única vaga ao Senado e a exatamente 29 dias da eleição Fernando Collor de Mello confirmou que também seria candidato.
Collor colocou em jogo seus mandatos de presidente da República, governador do Estado, deputado federal e prefeito de Maceió, e foi eleito senador, tomando a vaga que, tudo indicava, estava reservada para Lessa.
O cenário atual na disputa pela Prefeitura de Maceió leva à situação de que somente um nome novo, de bastante impacto junto ao eleitorado, pode evitar que JHC seja reeleito.
Sem isso, é praticamente impossível.
Fonte – Blog do Flávio Gomes de Barros