Na política brasileira, candidaturas de oposição geralmente se posicionam como a opção adequada para tirar o oponente da cadeira, seja lá do que for. Partindo da premissa que diz: os que estão dentro não querem sair e os que estão fora querem entrar, essa tese vai por água abaixo.
A política brasileira está polarizada há décadas. Em Alagoas, desde que Suruagy e Guilherme saíram de cena, os alagoanos elegeram Ronaldo Lessa, Teotonio Vilela e Renan Filho duas vezes governador, Kátia Born, Cicero Almeida e Rui Palmeira, reeleitos prefeitos da capital.
O modelo político brasileiro favorece ao mandatário. Todos sabem e gostam desse jogo. Do contrário, haveria eleições gerais, por exemplo.
Tem sido assim, com a conivência de um sistema complexo (e corrupto), que o Brasil só avança nas propostas de bolsa (comida). Talvez porque para manter o sistema os que não compreendem essa trama maldita pelo menos precisem estar vivos e aptos para votar. No Brasil o voto não é obrigatório à toa. Ou você acredita que seja?
O resultado desse conluio é a união dos podres poderes, que garantem a supremacia do sistema político nacional. Veja o presidente que temos, o antecessor dele, a que foi destituída, observe a qualidade de vida do Estado onde Sarney mandou por décadas e porque Collor chegou à presidência. Não há meritocracia em nada para que políticos sejam eleitos, juízes, desembargadores e ministros sejam indicados. A este fenômeno tipicamente brasileiro, dar-se o nome de organização criminosa.
O brasil está com o b minúsculo há tanto tempo que já não sabemos mais distinguir certas obviedades. Por exemplo: na última sexta-feira duas pessoas foram mortas num acidente de trânsito próximo à cidade de Feira Grande, envolvendo um veículo e uma moto. Duas pessoas que estavam indo ao trabalho, faleceram. O condutor da motocicleta tinha apenas 17 anos. O motorista do veículo fugiu do local sem prestar socorro, mesmo sabendo que os dois ocupantes do veículo que ele dirigia certamente o identificaria.
A comerciante Maria Vieira Sandro, uma das vítimas, estava na garupa da motocicleta. Morreu a caminho do seu comércio. Já sem vida alguém lhe furtou o aparelho celular. Como se não bastasse a dor do luto pela perda da vida, a família utilizou as redes sociais para oferecer uma “recompensa” à pessoa que furtou o aparelho. “O valor não está no aparelho em si, mas sim em todas as recordações que ele contém: fotos, mensagens, vídeos. São memórias preciosas e insubstituíveis para a família”, diz a postagem. Meus sentimos às famílias enlutadas.
A que ponto chegamos! Somos uma sociedade doente, que já não consegue separar o joio do trigo. Assim, a culpa não está no governo de A ou de B… O sistema é bruto, sem piedade. Vai muito além da educação e dos princípios.
Até quando?
Texto – Wadson Regis/AL1