O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta quarta-feira (19) para definir o rumo da taxa Selic, em um cenário de forte pressão sobre a economia devido à alta dos alimentos e da energia. Essa será a segunda reunião sob o comando do novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, e pode marcar a quinta elevação consecutiva da taxa básica de juros.
A expectativa do mercado, conforme apontado no mais recente Boletim Focus, é de que a Selic suba 1 ponto percentual, passando de 13,25% para 14,25% ao ano. O próprio Copom já havia sinalizado, em janeiro, que seguiria com esse ajuste, citando incertezas externas e impactos do pacote fiscal do governo no fim de 2024.
Inflação acima da meta preocupa o BC
O principal fator que pressiona a decisão do Copom é a inflação persistente, impulsionada pelo aumento dos preços de itens essenciais. O BC já alertou que, mantido o atual cenário, a inflação deve ultrapassar a meta oficial nos próximos meses.
Atualmente, o mercado financeiro projeta uma inflação de 5,66% para 2025, acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que permite um limite máximo de 4,5% dentro do novo sistema de meta contínua.
Impacto da Selic na economia
A taxa Selic é o principal instrumento do Banco Central para conter a inflação, influenciando o custo do crédito e o ritmo da atividade econômica. Juros mais altos tornam o financiamento e o consumo mais caros, reduzindo a demanda e, consequentemente, a pressão sobre os preços. No entanto, esse movimento também pode frear o crescimento econômico.
Por outro lado, quando a Selic é reduzida, o crédito se torna mais acessível, estimulando o consumo e os investimentos, mas aumentando o risco de inflação descontrolada.
O Copom se reúne a cada 45 dias, e a decisão sobre a Selic leva em conta não apenas o cenário interno, mas também fatores internacionais, como a política monetária dos Estados Unidos e o comportamento do dólar.
A nova taxa será anunciada no final do dia, e o mercado já aguarda os desdobramentos para avaliar os impactos nas projeções econômicas do país.