O apoio à anistia dos presos pelos atos de 8 de janeiro ganhou um novo capítulo neste domingo (16), quando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que a bancada do PSD na Câmara dos Deputados estaria ao lado do PL na tentativa de aprovar a medida. A declaração veio após uma conversa entre Bolsonaro e o presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, atualmente secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo.
“Eu, inclusive, há poucos dias, tinha um velho problema e resolvi com o Kassab, em São Paulo. Ele está ao nosso lado, com a sua bancada, para aprovar a anistia em Brasília”, afirmou Bolsonaro, sugerindo um alinhamento político que pode impulsionar o projeto no Congresso.
Apesar da afirmação do ex-presidente, Kassab ainda não se pronunciou sobre o suposto apoio do PSD, partido que conta com 44 deputados na Câmara. O posicionamento da sigla pode ser determinante para o avanço da proposta, que já tem a adesão declarada do PL e de outras bancadas da oposição.
Pressão para a votação da anistia
A articulação para acelerar a tramitação do projeto também envolve o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), que prometeu pedir urgência na votação da proposta no colégio de líderes. Segundo ele, além dos 92 parlamentares do PL, deputados de outras siglas também estariam dispostos a apoiar a anistia, algo que classificou como “surpresa”.
A proposta, no entanto, enfrenta forte oposição dentro e fora do Congresso. Os bolsonaristas presos após os ataques às sedes dos Três Poderes foram condenados por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada.
Enquanto aliados do ex-presidente defendem a anistia sob o argumento de que os detidos estão sofrendo perseguição política, opositores afirmam que conceder o perdão seria um atentado contra a democracia. O tema promete acirrar os debates e testar a influência política de Bolsonaro na atual legislatura.