Nas 21 maiores regiões metropolitanas do Brasil, será necessário um investimento superior a R$ 600 bilhões para a realização de 400 projetos voltados para modais de transporte público de média e alta capacidade. Essa estimativa preliminar faz parte do terceiro boletim do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), divulgado nesta terça-feira (11) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Ministério das Cidades. Entre os modais de média e alta capacidade estão trens, metrôs, veículos leves sobre trilhos (VLT) e bus rapid transit (BRT).
O estudo visa criar um banco de dados de projetos de transporte público de alta e média capacidade para 21 regiões metropolitanas do Brasil. Esse banco de dados será usado para desenvolver a Estratégia Nacional de Mobilidade Urbana, que busca promover a colaboração entre o governo federal e as regiões metropolitanas, além de atrair investimentos para projetos de mobilidade urbana nas cidades.
Mesmo com apenas 40% do levantamento concluído, os órgãos responsáveis já identificaram um montante de R$ 600 bilhões em projetos, o que supera significativamente a estimativa de déficit de R$ 300 bilhões em investimentos para o setor, divulgada pela CNI em 2023.
Luciana Costa, diretora de Infraestrutura e Mudança Climática do BNDES, afirmou que o estudo em andamento fornecerá um roteiro para que as cidades brasileiras avancem em direção a um futuro mais ecológico e sustentável. Ela também ressaltou que a melhoria da qualidade de vida da população é uma meta central do governo federal.
“Reduzir o tempo que as pessoas levam para ir e voltar ao trabalho, longe da família, é um dos maiores desafios de nossas cidades. Essa melhoria no ambiente urbano também deve trazer melhorias ao meio ambiente como um todo, com a redução das emissões de gases do efeito estufa”, esclareceu a diretora.
No âmbito do projeto, os consultores designados conduzem uma avaliação crítica das propostas levantadas, com o objetivo de assegurar que os investimentos estejam alinhados com a demanda futura, prevista para os próximos 30 anos, e de detectar quaisquer sobreposições ou defasagens nos projetos.
“Investir no planejamento das cidades e em soluções adequadas para a realidade de cada local é essencial para assegurar qualidade de vida aos brasileiros. O compromisso do Ministério das Cidades com mobilidade urbana é tornar as cidades mais inteligentes, com corredores exclusivos e transporte público com menos emissões de poluentes. O retorno é a redução do tempo e conforto no deslocamento das pessoas”, afirmou o ministro das Cidades, Jader Fillho.