O Partido Progressistas (PP) se vê diante de um dilema político: romper oficialmente com o governo Lula ou manter sua influência dentro da administração federal. Apesar do discurso do presidente da sigla, senador Ciro Nogueira (PI), que defende o afastamento, a presença do partido em cargos estratégicos impede uma decisão rápida.
A sigla controla posições de peso, como a presidência da Caixa Econômica Federal, ocupada por Carlos Antônio Vieira Fernandes, indicado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL), e o comando do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). Além disso, mantém o Ministério do Esporte, o que reforça sua presença no governo.
Jogo político: Centrão quer mais espaço, Planalto resiste
A disputa por espaço no governo envolve não apenas o PP, mas todo o Centrão, que pressiona por mais participação na máquina pública. A estratégia desse grupo é aproveitar a fragilidade política do governo para negociar cargos em uma possível reforma ministerial. Lula, no entanto, tem evitado ceder pastas estratégicas, como a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), para evitar que o bloco ganhe autonomia e possa se afastar em 2026.
Enquanto isso, o PP adota uma posição ambígua: mantém aliados no governo, mas não descarta uma guinada para a oposição. A expectativa é de que os próximos meses sejam decisivos, à medida que o governo busca melhorar sua popularidade e o Centrão aumenta a pressão por mais espaço.