O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu posse aos novos ministros Alexandre Padilha e Gleisi Hoffmann nesta segunda-feira (10/3), em cerimônia realizada no Palácio do Planalto. Padilha assume o Ministério da Saúde, enquanto Gleisi Hoffmann passa a comandar a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), no lugar de Padilha, que até então ocupava o cargo.
Essas mudanças fazem parte de uma reforma ministerial em andamento, que tem movimentado os quadros do Partido dos Trabalhadores (PT) neste início de ano. Nos últimos meses, Lula promoveu outras trocas no alto escalão do governo, todas envolvendo membros do PT. A primeira delas foi a nomeação de Sidônio Palmeira para a Secretaria de Comunicação Social, no lugar de Paulo Pimenta. Em seguida, Nísia Trindade foi substituída no Ministério da Saúde por Padilha.
Em sua fala, o presidente explicou que a troca na Saúde visa uma gestão mais ágil e eficiente. “Nísia era uma companheira da mais alta qualidade, minha amiga pessoal, mas eu estou precisando de um pouco mais de agressividade, mais agilidade, mais rapidez”, disse Lula, justificando as mudanças em um momento de crise de popularidade.
As alterações ocorrem em um contexto delicado para o governo, que enfrenta a pior aprovação de sua gestão até agora. A aposta de Lula é que, com Padilha à frente da Saúde, programas estratégicos possam impulsionar a popularidade do governo. A área da Saúde, em especial, é vista como um setor chave para o governo devido à capacidade de gerar pautas positivas e reverter a atual impopularidade.
Além disso, a troca de Padilha por Gleisi Hoffmann na SRI visa melhorar a articulação política com o Congresso Nacional. A relação entre o governo e o legislativo tem sido um desafio desde o início do mandato de Lula, e a nova ministra chega com a missão de fortalecer a base governista e garantir a aprovação de pautas essenciais. Gleisi tem boa relação com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o que é visto como um bom sinal para a condução das negociações.
Entre os projetos prioritários para o governo, destaca-se a proposta de isenção do imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil, que ainda não foi enviada ao Congresso, e que é considerada uma medida importante para o governo nas eleições de 2026.
Aliados políticos do presidente aguardam ainda uma possível ampliação das mudanças ministeriais, com a expectativa de que o governo busque acomodar membros do Centrão para garantir apoio em 2026. O senador Humberto Costa, que assumirá a presidência do PT com a saída de Gleisi Hoffmann da sigla, afirmou que a reforma ministerial deve ser concluída até meados de março.
A reforma ministerial, portanto, segue em ritmo acelerado, com Lula tentando recuperar sua popularidade e fortalecer sua base de apoio no Congresso para os desafios futuros.