O líder comunitário de Rio Largo Alex Fernandes dos Santos pediu ao Conselho Estadual de Segurança Pública (Conseg) proteção individualizada. Ele considera que está correndo risco de morte após o assassinato do empresário Kleber Malaquias, que aconteceu no dia 15 de julho, na Casa da Buchada, localizada na Mata do Rolo. Malaquias foi encontro morto a tiros no banheiro do estabelecimento. A solicitação de Santos também foi encaminhada ao procurador-geral de Justiça Márcio Roberto Tenório, que concordou com o pedido.
“Desde o ano de 2007 que eu e outras pessoas em Rio Largo temos colaborado com o Ministério Público de Alagoas (MP-AL) para combater a corrupção no município, tendo várias de nossas denúncias e colaborações resultado no afastamento de prefeitos”, argumentou o líder comunitário por meio de carta encaminhada ao órgão fiscalizador. “De 2013 a 2019, por solicitação do antigo Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), fomos colocados no programa de segurança individualizada”, explicou.
O líder comunitário contou ainda que ele e Kleber Malaquias, em menos de seis meses, teriam sofrido duas ameaças de morte no ano de 2016. No entanto, destacou que sua segurança individualizada foi retirada em agosto de 2019 pelo Ministério Público com a alegação que não havia mais necessidade da proteção particular. “Disseram que eu estaria utilizando a segurança de forma irregular e colocando os profissionais em risco e afrontando autoridades, os quais são uma inverdade”, se defendeu.
“Agora com o assassinato do Kleber Malaquias e sem até essa data ter a polícia identificado os autores ou mandante do crime, me vejo mais uma vez correndo risco de ser executado. Solicito ao excelentíssimo procurador- -geral que seja solicitada a minha segurança individualizada ao Conseg com a máxima urgência”, argumentou. O pedido foi encaminhado ao MP-AL no dia 29 de julho. Na quarta-feira, 5, o assessor técnico de Tenório e promotor de Justiça Vicente José Cavalcante Porciúncula enviou ao Conselho de Segurança para que seja executada a medida cabível, ou seja, a proteção, em regime de urgência. À imprensa, o líder comunitário relatou que acredita que a execução de Kleber Malaquias teve conotação política.
A investigação do assassinato está sendo realizada por uma comissão formada pelos delegados Lucimério Campos, da Delegacia de Homicídios de Rio Largo (presidente), Gustavo Henrique e José Carlos André dos Santos, ambos da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic). Em setembro do ano passado, Alex Fernandes dos Santos estava ao lado de Kleber Malaquias, na Central de Flagrantes, no Farol, quando o empresário foi denunciar agressão feita por supostos capangas do prefeito de Rio Largo Gilberto Gonçalves. Malaquias registrou boletim de ocorrência informando que foi agredido, humilhado e ameaçado de morte sob a mira de uma pistola.
Em depoimento ao Ministério Público, o empresário disse que durante ao ato violento, os agressores diziam: “Você vai morrer, cabra safado, porque está falando e denunciando Gilberto Gonçalves e Cristina Gonçalves”. Um deles, segundo depoimento, chegou a colocar uma pistola no rosto de Malaquias. O empresário foi obrigado a dizer que estaria ganhando dinheiro para denunciar a família Gonçalves. O agressor ainda teria disparado tiros em direção aos pés de Malaquias e pediu para que o empresário engatinhasse como “fosse um cachorro”.
Fonte – Extra