O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, terá uma reunião nesta quinta-feira (7) com Howard Lutnick, secretário de Comércio dos Estados Unidos e auxiliar direto do presidente Donald Trump. O encontro, que acontecerá por videoconferência às 17h30, ocorre em meio às crescentes tensões comerciais entre os dois países, após Trump ameaçar impor novas tarifas sobre produtos importados.
Embora o Brasil ainda não tenha sido diretamente impactado, setores estratégicos como aço, alumínio, madeira e etanol estão no radar das possíveis sobretaxações. Um dos pontos de maior preocupação é o mercado madeireiro, já que os Estados Unidos são o principal destino das exportações brasileiras do setor, representando mais de 40% das vendas. Além disso, Trump já anunciou uma tarifa de 25% sobre produtos florestais importados, o que pode prejudicar a competitividade brasileira.
Outro setor em alerta é o do etanol. Atualmente, o Brasil impõe uma taxa de 18% sobre o etanol americano, enquanto os Estados Unidos cobram apenas 2,5% do produto brasileiro. A política de “tarifas recíprocas” defendida por Trump pode levar a um aumento dessa taxação, reduzindo o espaço do etanol brasileiro no mercado norte-americano.
O aço e o alumínio, que estão entre os principais produtos brasileiros exportados para os EUA, também podem ser alvo das novas tarifas. Até o momento, o governo brasileiro não anunciou medidas de retaliação, mas acompanha de perto os desdobramentos da política comercial americana.
Diante desse cenário, Alckmin aposta no diálogo como estratégia para evitar impactos negativos para a economia brasileira. O vice-presidente defende a possibilidade de um acordo para a definição de cotas de exportação, como foi feito em 2018, evitando a imposição de sobretaxas e garantindo um comércio mais equilibrado entre os dois países.