Nos últimos 40 anos, a direção do PT esteve sempre controle do mesmo grupo em Alagoas. Nos últimos anos, a “cara” hegemônica do Partido dos Trabalhadores no Estado é a do deputado federal Paulão, embora ele não exerça – no momento – nenhuma função no diretório estadual da legenda.
O atual presidente do PT em Alagoas, Ricardo Barbosa, a exemplo de Paulão, faz parte da CNB (Construindo um Novo Brasil), uma das maiores tendências do PT nacionalmente e também no Estado.
A CNB sempre foi dominante em Alagoas e todos os presidentes do partido faziam parte da tendência. Este ano, pela primeira vez essa hegemonia está ameaçada. A eleição do novo diretório estadual, que será feita no segundo semestre, deve ser marcada por uma disputa que vai envolver importantes líderes a exemplo de Paulão e o deputado estadual Ronaldo Medeiros, mas também as principais tendências petistas.
Ronaldo Medeiros lidera em Alagoas outra tendência do PT, a Resistência Socialista e deve ser candidato a presidente contra um nome que será apresentado pela CNB – possivelmente uma líder sindical.
Tudo indica que além da Resistência, Medeiros terá o apoio de outras três tendências, a exemplo do Movimento PT e de um grupo de filiados ao MST. O grupo de Paulão, além da CNB terá apoio de ao menos duas tendências.
As chances de uma chapa única no momento são quase nulas. Ronaldo Medeiros até admite uma composição, desde que o grupo de Paulão aceite abrir mão da presidência – o que não deve acontecer.
O PT caminha para uma disputa na eleição do seu novo diretório. Pelo cenário atual, tudo aponta para uma mudança. Mas ainda existe prazo para cada grupo se fortalecer, buscando apoios, costurando alianças e buscando novos filiados. A decisão será no voto, mas ainda não foi definido o critério – se direto ou a partir das eleições de delegados. Essas definições serão tomadas nos próximos dias.
Fonte: Jornal de Alagoas