A moradora do apartamento incendiado no bairro da Ponta Verde, no domingo (9), Mariana Maia, de 30 anos, revelou – nas redes sociais – conversas com seu ex-namorado, o empresário Marcello Gusmão, que envolvem violência doméstica, manipulação psicológica e ameaças. Ele foi apontado por ela como o causador do incêndio, que teria sido motivado por ciúmes dele e discussões sobre uma viagem programada para a Itália.
Nas mensagens, Marcello a pressiona, desqualifica o trabalho de Mariana e tenta colocar nela a culpa por suas reações agressivas. Além disso, ela também expôs ameaças feitas pela ex-sogra, Ana Gusmão, advogada e membro da Comissão da Mulher da OAB/AL, que intensificaram o sofrimento psicológico da jovem.
A Justiça decretou a prisão dele nessa quarta-feira (12), após uma representação da Polícia Civil de Alagoas (PCAL), enquanto o caso segue sendo investigado.
Em uma das mensagens divulgadas, Marcello critica o trabalho de Mariana e a pressiona a deixar o emprego. “Emprego de merda, não vai mudar sua vida, nem da sua família, aliás, mudou para pior, porque perdi minha mulher e você seu homem”, escreveu o empresário.
O relato de Mariana ainda revela que ele tentava fazer com que ela voltasse ao relacionamento, após a violência, e colocava a culpa nela por seu comportamento agressivo. “Você não acha que minhas reações chegaram nesse nível por conta do estresse que isso aí tava (sic) gerando?”, dizia outra mensagem de Marcello.
Além disso, Mariana compartilhou prints de ameaças feitas por sua ex-sogra, a advogada Ana Gusmão, membro da Comissão da Mulher da OAB/AL.
“Você sabe a calúnia que cometeu contra o meu filho. Você vai pagar por isso, Mariana. Tenha certeza. Enquanto eu for viva, vou provar que meu filho é inocente e fazer da sua vida um inferno. Você me conhece”. Mariana também revelou humilhações e xingamentos pesados por parte da ex-sogra, que a chamou de ‘vagabunda’.
Em uma das mensagens, a advogada fez uma proposta de chantagem, oferecendo “um teto” para Mariana em troca de um posicionamento favorável em relação ao caso. “Você estar sem teto é problema seu. Meu filho não é marginal. Quer um teto? Eu te dou. Alugo um hotel para você. Meu filho seria incapaz de fazer isso e você sabe. Entre em contato com os jornais e diga que esperem o resultado da perícia, que não teve nada a ver com a briga de vocês e eu te dou um teto”, afirmou Ana Gusmão.
O caso
Marcello Gusmão é suspeito de incendiar o apartamento de Mariana na Ponta Verde. Segundo a vítima, a motivação para o crime foi o ciúme. Mariana contou que tinha uma viagem para a Itália programada e que o ex-namorado inicialmente pretendia acompanhá-la, mas depois mudou de ideia. Ele teria tentado desestabilizá-la emocionalmente para que desistisse da viagem.
As discussões sobre a viagem se intensificaram na semana do embarque, e Mariana decidiu terminar o relacionamento, deixando os pertences de Marcello em uma mala na portaria do prédio onde morava.
Na mesma noite, depois de sair com amigos, Mariana encontrou Marcello em uma festa, onde ele teria debochado dela e se recusado a devolver a chave do apartamento. Em seguida, o ex-namorado teria esmurrado o carro de Mariana. Pouco depois, um incêndio teve início no apartamento de Mariana, e o porteiro do prédio confirmou que Marcello esteve no local, pegou a mala e, após subir e descer pelas escadas, o incêndio começou.
Marcello Gusmão, por sua vez, nega qualquer envolvimento com o incêndio e alega que o término do relacionamento foi causado pelo fato de Mariana não ter dinheiro para viajar e contar com sua ajuda financeira.
Em entrevista, ele afirmou: “Eu sou inocente, eu não tenho nada a ver com o que aconteceu, nunca fui contra a viagem da Mariana. Fui eu quem comprei no meu Pix as passagens aéreas de Mariana, eu que fiz toda a transação para ela. Se eu não quisesse que ela viajasse, seria a coisa mais simples impedir ela de viajar, seria cancelar essa passagem.”
A Justiça, por meio do 1° Juizado de Violência Doméstica e Familiar da Capital, determinou, ontem, a prisão preventiva de Marcello Gusmão, com base em uma representação da Polícia Civil de Alagoas (PCAL), por envolvimento no incêndio e na violência doméstica contra Mariana.
Fonte: GazetaWeb