Após um período de quedas que se iniciou em junho de 2024, o Índice de Consumo das Famílias (ICF) de Maceió apresentou um aumento de 0,9% em janeiro de 2025, atingindo 113,5 pontos. Este é o segundo mês consecutivo de alta, um sinal de recuperação do otimismo dos consumidores.
Esse resultado positivo, que marca o segundo mês consecutivo de alta, pode ser atribuído a uma combinação de fatores, incluindo incentivos típicos do final de ano e a gradual recuperação da economia.
Enquanto o consumo no Brasil tem mostrado crescimento contínuo desde agosto do ano passado, Maceió só retomou a trajetória de alta em novembro. Em janeiro, a cidade registrou uma variação de 0,9%, aproximando-se dos 1% observados no cenário nacional. “O consumidor de Maceió alinhou-se à confiança nacional a partir do pagamento da primeira parcela do 13º salário, em novembro, que trouxe melhores condições para o consumo”, explica o assessor econômico do Instituto Fecomércio AL, Francisco Rosário.
A medição do ICF é baseada na análise de sete subíndices, e, na variação mensal, quatro apresentaram desempenhos positivos, enquanto três mostraram resultados negativos. Os destaques foram: um aumento de 1,3% no subindicador de emprego atual; de 1,6% no nível de consumo atual, que reflete o consumo das famílias no curto prazo; e de 3,1% na perspectiva de consumo, indicando a intenção de consumo futuro. Em comparação anual, houve um crescimento significativo nos dois últimos subindicadores, com aumentos de 15% e 28,5%, respectivamente.
Os subindicadores negativos foram os de acesso ao crédito, com uma queda de 0,2%; de renda atual, com uma retração de -1,2%; e de perspectiva profissional, com uma redução de -2,5%. “A renda atual e a perspectiva profissional estão limitando o aumento do consumo, pois a renda está sendo afetada pela inflação e há incertezas sobre a estabilidade no emprego a curto prazo. Quanto ao emprego futuro, isso se deve ao fato de muitos dos novos postos de trabalho no final do ano serem temporários, e é provável que não se mantenham após janeiro”, explica o economista.
A pesquisa do Instituto Fecomércio também revela que o número de famílias que continuam comprando os mesmos produtos aumentou 7,4% na comparação mensal, enquanto aquelas que estão comprando menos diminuiu em -5,6%. Houve também uma redução de -2,4% no número de famílias que estão comprando mais. Esse cenário sugere uma certa estabilidade no consumo, com a maioria das famílias mantendo seus padrões de compra do mês anterior.
Ao analisar o consumo por faixa de renda, observa-se um comportamento distinto: enquanto as famílias com renda superior a 10 salários mínimos (10 sm) têm registrado um crescimento contínuo desde março do ano passado, alcançando 159,8 pontos em janeiro, as famílias com renda de até 10 sm apresentaram oscilações, com queda de maio a novembro e recuperação de novembro a janeiro, atingindo 113,5 pontos. “Esse movimento das famílias de menor renda afeta o desempenho geral do indicador de consumo, pois 96,2% dos trabalhadores formais de Maceió recebem até 10 sm, conforme dados da RAIS, do Ministério do Trabalho”, explica Rosário.
Apesar das diferenças, na comparação mensal o destaque é que, em ambas as faixas de renda, houve um aumento na intenção futura de consumo, com um crescimento de 2,9% nas famílias de menor renda e de 4,7% nas de maior renda. Considerando que o padrão de consumo em Maceió é determinado principalmente pelas famílias de menor renda e que, nos últimos três meses, houve um crescimento acumulado de 5%, isso pode indicar uma tendência para os próximos meses.