Nos bastidores de Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já articula uma reformulação ministerial estratégica, com o objetivo de fortalecer sua base no Congresso e projetar o cenário político para 2026. Entre os nomes que ganharam ainda mais relevância no governo, Renan Filho (Transportes) desponta como uma das peças centrais da articulação de Lula.
Renan Filho ganha força no governo
À frente do Ministério dos Transportes, Renan Filho se consolidou como um dos ministros mais bem avaliados do governo, gerenciando um dos maiores orçamentos da Esplanada e entregando obras em diversas regiões do país. Sua atuação tem sido fundamental para garantir apoio político, especialmente do MDB, legenda que pode desempenhar um papel decisivo na sucessão presidencial.
Além disso, o nome de Renan Filho circula nos bastidores como um possível candidato a vice em uma futura chapa governista para 2026. Sua forte ligação com o Nordeste e o trânsito fácil entre diferentes alas políticas fazem dele um nome estratégico para Lula.
Haddad, Rui Costa e Camilo Santana seguem firmes
Junto com Renan Filho, outros ministros considerados essenciais devem permanecer no cargo. Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e Camilo Santana (Educação) seguem como peças fundamentais na estrutura do governo. Haddad, mesmo com algumas derrotas recentes, mantém o prestígio como um dos principais nomes da base petista e segue como aposta para o futuro.
Já Rui Costa e Camilo Santana mantêm influência sobre seus respectivos redutos políticos, garantindo a força do governo nos estados da Bahia e do Ceará, regiões onde o PT tem forte presença.
Centrão quer espaço na Esplanada
Por outro lado, algumas mudanças são inevitáveis. Ministros como Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência) e Nísia Trindade (Saúde) estão na berlinda, e suas pastas são cobiçadas por partidos do Centrão.
Lideranças de MDB, PSD, União Brasil, Republicanos e PP estão de olho nesses ministérios, e Lula precisará reorganizar seu governo para manter o equilíbrio entre apoio político e governabilidade.
Reforma ministerial com foco em 2026
As mudanças devem ocorrer ainda no primeiro semestre de 2025, com ajustes esperados já em fevereiro. Mais do que uma questão administrativa, essa reforma ministerial tem um claro viés político: garantir estabilidade no Congresso e preparar o governo para as próximas eleições.
Com um Centrão fortalecido e Renan Filho ganhando cada vez mais espaço, Lula traça sua estratégia para os próximos anos, tentando consolidar uma base de apoio que permita a governabilidade e, ao mesmo tempo, pavimente o caminho para a sucessão presidencial.