Cinco atendimentos a vítimas mordidas por animais peçonhentos em Alagoas, nos últimos seis meses, preocupam especialistas e autoridades de saúde. Os registros são compatíveis com aranhas do gênero Loxosceles, que inclui as aranhas marrons — espécie incomum no estado. As ocorrências foram registradas como suspeitas. Dois pacientes morreram e três receberam alta médica.
De acordo com o Centro de Informação Estratégica em Vigilância em Saúde (Cievs), da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), quatro das vítimas eram homens e uma, mulher, com faixa etária entre 40 e 80 anos.
Dois pacientes foram atendidos em hospitais públicos e três em unidades particulares de saúde. Quatro das vítimas eram residentes em Maceió e uma morava em Pernambuco, mas estava em Alagoas no momento da mordida. Segundo relatório do Cievs, duas vítimas internadas em hospitais particulares evoluíram para estado grave e foram encaminhadas para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com quadro de sepse – infecção generalizada.
Os especialistas do estado não podem confirmar se a aranha-marrom foi a responsável pelos ataques, pois não foi realizada nenhuma análise taxonômica. No entanto, como as mordidas apresentaram características compatíveis com essa espécie, o Cievs emitiu um alerta para que a população adote medidas preventivas para evitar esse tipo de incidente.
“Algumas aranhas são classificadas como animais peçonhentos porque produzem veneno. Aqui em Alagoas, ainda não temos a confirmação da presença da aranha-marrom, mas alguns acidentes graves com relatos de mordidas de aranha têm ocorrido. Por isso, solicitamos que as pessoas mantenham jardins e quintais limpos, sem acúmulo de lixo, evitem folhagens densas junto a paredes e muros das casas, não coloquem as mãos em buracos, pedras e troncos desgastados, entre outras medidas de prevenção”, destaca a gerente de Vigilância e Controle de Doenças Transmissíveis da Sesau, enfermeira Waldinéa Silva.
Diante do alerta, a orientação da Sesau é que todas as vítimas de mordidas de aracnídeos que chegarem às unidades de saúde sejam tratadas com soro antiaracnídico, independentemente da confirmação da espécie responsável pelo acidente.
A especialista ressalta, ainda, que, em caso de acidente, a vítima deve procurar o serviço de saúde mais próximo. “Dispomos de 14 unidades com soro antiaracnídico, distribuídas nas 10 regiões de saúde”, conclui.
Em Maceió há três pontos de referência para atender pacientes acometidos por picadas ou mordidas de animais peçonhentos. Além do Hospital Escola Dr. Helvio Auto (HEHA), no Trapiche, a assistência é prestada nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Jacintinho e Tabuleiro do Martins.
As aranhas do gênero Loxosceles não são agressivas e costumam picar apenas quando comprimidas contra o corpo. Com cerca de 3 cm de comprimento total, esses animais possuem hábitos noturnos, constroem teias irregulares e se escondem em telhas, tijolos, madeira, atrás ou embaixo de móveis, quadros, rodapés, caixas e objetos armazenados em locais com pouca iluminação.
Fonte: Gazetaweb