No último fim de semana, a política de Donald Trump contra imigrantes nos Estados Unidos tornou-se ainda mais rigorosa, afetando as relações com países da América Latina.
No útilmo sábado (25), brasileiros deportados pelo governo Trump chegaram ao Brasil algemados e amarrados, gerando ampla repercussão internacional. Em resposta, os presidentes do México e da Colômbia recusaram a entrada de aviões com passageiros submetidos às mesmas condições.
Em retaliação, Trump aplicou sanções econômicas à Colômbia, o que levou o governo colombiano a recuar horas depois, anunciando que aceitaria os deportados. A Casa Branca declarou que, com o acordo firmado, as sanções seriam suspensas.
Além disso, o governo autorizou uma operação para deter imigrantes na cidade de Chicago. Nas redes sociais, o perfil oficial da Casa Branca destacou casos de imigrantes latinos com antecedentes criminais que foram detidos, insinuando uma ligação entre imigração e criminalidade.
A situação se agravou a tal ponto que a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) convocou uma reunião de emergência para o próximo dia 30 de janeiro. A presidente de Honduras, Xiomara Castro, que atualmente ocupa a presidência pro tempore da Celac, anunciou o encontro por meio de suas redes sociais
A reunião extraordinária com os presidentes terá como pauta temas como migração, meio ambiente e a promoção da unidade entre os países da América Latina e do Caribe.
Ainda é incerto o impacto total dessa crise no Brasil. O governo brasileiro condenou o uso de algemas e correntes nos deportados brasileiros, enquanto o Ministério dos Direitos Humanos está elaborando um relatório sobre as denúncias de agressões sofridas por brasileiros a bordo do avião militar americano.
No caso da Colômbia, as repercussões foram imediatas. O presidente colombiano, Gustavo Petro, recusou-se a receber aviões militares com deportados e exigiu condições dignas de transporte. Em resposta, Trump suspendeu a emissão de vistos e impôs uma taxação de 25% sobre produtos colombianos.
Em reação, Petro ameaçou impor uma taxação de 50% sobre produtos americanos. Em um extenso comunicado, criticou o autoritarismo do governo dos EUA e destacou a importância da união latino-americana. “Derrube-me, e as Américas responderão”, declarou, enfatizando uma postura de resistência frente a Trump.
Durante a madrugada, um acordo teria sido alcançado, levando à suspensão das sanções, com a condição de que a Colômbia aceitasse receber os deportados.
No meio dessa situação, o perfil oficial da Casa Branca no X compartilhou diversas fotos de imigrantes latinos envolvidos em crimes. A publicação sugere que os imigrantes são criminosos, associando o trabalho da agência de controle de fronteiras à proteção das comunidades americanas contra “estupradores de crianças e suspeitos de terrorismo do ISIS”.
Enquanto intensifica a deportação de imigrantes, o governo Trump busca eliminar a cidadania americana por nascimento no país. Além disso, pretende ressuscitar a ideia de cidadania por laço sanguíneo, como era antes da abolição da escravidão nos Estados Unidos.
Assim, Trump assinou um decreto que proíbe o direito à cidadania para filhos de imigrantes nascidos nos Estados Unidos. Embora a medida tenha sido suspensa pelo Judiciário e esteja sendo contestada legalmente, o atual presidente dos EUA expressou o desejo de mantê-la.