O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda adotar medidas para diminuir o preço dos alimentos nos supermercados. Em 2024, a inflação acumulada atingiu 4,83%, ultrapassando a meta estabelecida pela equipe econômica, sendo o setor de Alimentação e Bebidas o principal responsável pela alta.
Na última segunda-feira (20), o presidente Lula destacou o barateamento dos produtos como uma prioridade para 2025. Durante a reunião ministerial, ele cobrou de seus ministros a implementação de ações para enfrentar esse desafio.
“É uma tarefa nossa garantir que o alimento chegue na mesa do povo trabalhador, da dona de casa, na mesa do povo brasileiro, em condições compatíveis com o salário que ele ganha”, ressaltou o presidente.
Nessa quarta-feira (22), o governo reforçou sua preocupação com a alta dos preços dos alimentos e informou que está buscando maneiras de combater a inflação que afeta esses produtos. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, destacou que o Executivo está desenvolvendo um “conjunto de medidas” para reduzir os preços no setor alimentar.
“Vamos fazer algumas reuniões, com os ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário, da Fazenda, para buscar um conjunto de intervenções que sinalizem para o barateamento dos alimentos”, disse em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro.
Além das medidas em estudo, o governo espera que a próxima safra, favorecida por melhores condições climáticas, contribua para a oferta de alimentos e, consequentemente, para a redução dos preços.
A combinação de fatores como a alta nos preços de embalagens, combustíveis e energia, além da desvalorização cambial, elevou significativamente os custos de produção da indústria de alimentos, impactando diretamente os preços no consumidor final.
As reivindicações do setor foram apresentadas ao governo em novembro de 2024, durante um encontro com a participação do presidente Lula e de ministros como Fernando Haddad (Fazenda), Carlos Fávaro (Agricultura) e Rui Costa (Casa Civil).
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que esteve presente na reunião, reforçou, nesta quarta-feira, a urgência de “medidas eficazes para controlar a inflação e tornar os alimentos mais acessíveis à população”.
Entre as sugestões apresentadas pela entidade, está a reestruturação do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) por meio do PAT e-Social, com o apoio da Caixa Econômica Federal. De acordo com a Abras, essa medida poderia resultar em uma economia anual de aproximadamente R$ 10 bilhões.
A Abras também propôs a autorização para a venda de medicamentos sem receita nos supermercados, o que poderia reduzir os preços em até 35%; a atualização do sistema de prazos de validade, com a implementação do conceito “Best Before”; além da redução no prazo de reembolso dos cartões de crédito.
O governo ainda não detalhou as medidas específicas que pretende adotar para enfrentar a inflação nos preços dos alimentos. No entanto, no ano passado, o Executivo tentou intervir no preço do arroz por meio de um leilão de importação. A medida, porém, foi suspensa devido à pressão dos produtores e suspeitas de irregularidades.