Poucas horas após a posse presidencial de Donald Trump nos Estados Unidos, o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, comentou as ameaças feitas pelo novo líder norte-americano em relação ao Canal do Panamá.
Ao assumir a Casa Branca pela segunda vez, Trump declarou que os EUA retomariam o controle do Canal do Panamá. Construído pelos norte-americanos, o canal é um ponto crucial para o comércio internacional. No entanto, desde 1999, ele está sob o controle do governo panamenho.
Em um comunicado, Mulino afirmou que o Canal continuará sob a administração do governo panamenho.
“Em nome da República do Panamá e seu povo, devo rechaçar de maneira integral as palavras esboçadas pelo presidente Donald Trump relativas ao Panamá e seu Canal, no seu discurso inaugural”, disse Mulino. “Reitero o expressado em minha mensagem à Nação, em 22 de dezembro: o Canal é e seguirá sendo do Panamá, e sua administração seguirá sob o controle panamenho com respeito a sua neutralidade permanente. Não há presença de nenhuma nação que interfira com a nossa administração”, disse.
Inaugurado em 1914, o Canal foi administrado pelos norte-americanos até 1977, quando o Tratado Torrijos-Carter foi assinado, estabelecendo um controle compartilhado entre os EUA e o Panamá. Em 1999, o Panamá assumiu completamente a administração da área por meio de uma agência governamental.
No entanto, Trump acusa o Panamá de violar os termos do acordo. Segundo o presidente norte-americano, as embarcações dos EUA têm sido tratadas de maneira “injusta” na região, além da crescente presença chinesa no Canal.
“Navios americanos estão sendo severamente sobrecarregados e não estão sendo tratados de forma justa de nenhuma maneira, forma ou formato. E isso inclui a Marinha dos Estados Unidos e, acima de tudo, a China, que está operando o Canal do Panamá, e não o demos à China. Demos ao Panamá e estamos tomando de volta”, declarou o presidente norte-americano durante seu discurso de posse, reiterando seu desejo de agir na região.