O helicóptero que caiu na noite de quinta-feira (16) em uma área de mata fechada no Morro do Tico Tico, em Caieiras, na Região Metropolitana de São Paulo, não possuía autorização para operar como táxi aéreo. A informação foi confirmada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
A aeronave, de matrícula PR-WVT, foi encontrada pela Polícia Militar de São Paulo na manhã desta sexta-feira (17). Segundo o registro da Anac, o modelo EMB-810D, fabricado em 2001, tinha capacidade para seis passageiros e era equipado com um motor turbo EC 130 B4, da fabricante Eurocopter France. A proprietária do helicóptero é a empresa C & F Administração de Aeronaves Ltda., localizada em Americana (SP), cuja atividade principal está registrada como “atividades auxiliares dos transportes aéreos”.
Quatro pessoas estavam a bordo no momento do acidente. O piloto, identificado como Edenilson de Oliveira Costa, foi resgatado com vida por volta de 6h30 desta sexta. Cerca de 30 minutos depois, uma criança também foi encontrada com vida.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, a queda aconteceu por volta das 20h34 de quinta-feira, quando a aeronave perdeu o sinal de GPS. O helicóptero havia decolado de um heliponto no bairro Jaguaré, zona oeste de São Paulo, com destino a Americana. No momento da decolagem, chovia na região.
A queda ocorreu em uma área próxima ao Conjunto Habitacional Nosso Teto, dificultando as buscas devido à mata fechada e à baixa visibilidade.
O helicóptero não estava homologado para serviços de táxi aéreo, que requerem uma certificação específica definida pelo Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC) nº 135. Entre os requisitos para essa autorização estão manutenções regulares, vistoria das condições da aeronave, treinamento periódico dos pilotos e seguro obrigatório.
O táxi aéreo é regulamentado no Brasil para garantir segurança em voos fretados, exigindo rígido controle técnico-operacional. Apesar disso, a operação irregular de aeronaves ainda é um problema recorrente e frequentemente associado a riscos elevados.
As causas do acidente estão sendo investigadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). As autoridades também analisarão a possível utilização irregular da aeronave para transporte de passageiros, já que o registro da empresa não indica autorização para tal atividade.
O resgate dos passageiros e a apuração das circunstâncias reforçam o debate sobre a fiscalização de operações de táxi aéreo e a importância de seguir as normas de aviação civil.