Um levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU) revelou que Alagoas possui 300 obras públicas paralisadas até o final de 2024. Essas construções, que já consumiram R$ 288 milhões em recursos federais, demandariam um investimento adicional de R$ 646 milhões para serem retomadas e concluídas.
Do total de obras inacabadas, 129 estão relacionadas à saúde, 80 à educação básica e 22 envolvem infraestrutura e mobilidade urbana. Esses números refletem um cenário preocupante, em que projetos essenciais para o bem-estar da população estão suspensos.
O estado apresentou um aumento no número de obras paralisadas em comparação aos anos anteriores. Em 2023, eram 209 projetos nessa condição, enquanto em 2022 o total era de 237. Essa tendência evidencia a escalada do problema e a necessidade de soluções urgentes.
No panorama nacional, o Brasil contabiliza 11.941 obras públicas paralisadas, representando 52% dos contratos em andamento. O Maranhão lidera o ranking com 1.232 obras suspensas (76,8% do total estadual), seguido pela Bahia (972 obras, 69,6%) e Pará (938 obras, 65,5%).
De acordo com Rafael Marinangelo, especialista em direito da construção, contratos e licitações, a paralisação de obras públicas decorre, principalmente, de falhas na gestão pública e problemas técnicos durante a execução dos contratos.
“A suspensão de obras afeta diretamente a população, que enfrenta dificuldades no acesso a serviços essenciais, como saúde, educação e mobilidade,” destacou Marinangelo.
Para reverter o cenário, seria necessário não apenas um aporte significativo de recursos financeiros, mas também melhorias na gestão pública e no planejamento técnico. A conclusão dessas obras não apenas reduziria os prejuízos causados pela degradação das estruturas, mas também promoveria avanços significativos na qualidade de vida da população alagoana.
A retomada dessas obras representa um desafio estratégico para Alagoas e para o Brasil, exigindo esforços coordenados entre os governos federal, estadual e municipal.