A safra de cana-de-açúcar 2024/2025 em Alagoas começou com expectativas de crescimento, mas as condições climáticas adversas obrigaram o setor a revisar suas projeções. Inicialmente, o ciclo previa uma produção de até 20,5 milhões de toneladas, representando um avanço de mais de 5% em relação à safra anterior, que alcançou 19,5 milhões de toneladas. Contudo, a falta de chuvas na região canavieira mudou o cenário.
Impacto do Déficit Hídrico
Levantamento técnico realizado pelo Sindaçúcar-AL, no final de 2024 e início de 2025, aponta para uma queda de até 1 milhão de toneladas em relação à estimativa inicial. Agora, a produção deve ficar entre 18 e 19 milhões de toneladas. Essa redução é atribuída principalmente ao déficit hídrico, que limitou o potencial de desenvolvimento das lavouras.
Apesar do impacto negativo no campo, o setor segue confiante em outros aspectos da safra, graças ao desempenho da matéria-prima e às perspectivas de mercado.
Açúcar Ganha Destaque
Enquanto a colheita de cana enfrenta desafios, a produção industrial, especialmente de açúcar, apresenta perspectivas positivas. A qualidade da cana processada deve permitir um aumento significativo na fabricação do produto, que pode atingir até 1,7 milhão de toneladas, superando o total de 1,2 milhão registrado no ciclo anterior.
Pedro Robério Nogueira, presidente do Sindaçúcar-AL, destacou a manutenção da produção de etanol e o crescimento expressivo no segmento açucareiro. “Devemos repetir a produção de etanol, em torno de 450 milhões de litros. Já o açúcar, que foi de 1,2 milhão de toneladas na safra anterior, pode chegar a 1,6 ou 1,7 milhão de toneladas”, afirmou.
Câmbio Favorece Exportações
Outro fator que pode equilibrar os resultados da safra é a alta do dólar. O câmbio favorecido torna o açúcar brasileiro mais competitivo no mercado internacional, compensando parcialmente as perdas geradas pela redução no volume de cana colhida.
“Evidente que a redução de safra agrícola frustra o empresário. Quem planta, quem investe no canavial, quer colher. Mas, em compensação, o aumento da produção de açúcar e o câmbio em alta serão fatores importantes para garantir um resultado positivo para as empresas”, explicou Nogueira.
Perspectivas para o Setor
Apesar do cenário desafiador, o setor sucroenergético de Alagoas demonstra capacidade de adaptação. Com o aumento da produção industrial e o mercado internacional aquecido, as expectativas são de que o estado consiga atravessar a safra com resultados financeiros equilibrados, mesmo diante das dificuldades impostas pelas condições climáticas.