
Com o início de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta uma série de desafios que vão da economia às articulações políticas, passando por compromissos internacionais. Em seu terceiro ano de mandato, o líder petista precisará lidar com mudanças ministeriais, alta de juros e dólar, além de questões climáticas e diplomáticas de grande impacto.
O ano deve começar com uma possível reformulação na Esplanada dos Ministérios. Entre os nomes cotados para movimentação estão Paulo Pimenta, atual chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), e Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência. A articulação pode abrir espaço para aliados, como Sidônio Palmeira, e até para a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que pode assumir um ministério após o término de seu mandato no partido em junho.
Além disso, a eleição para as presidências da Câmara e do Senado será um momento crucial. Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ocupam os postos até fevereiro e podem ser peças-chave em negociações para fortalecer a base governista.
No campo econômico, o governo enfrentará a escalada da taxa Selic, que pode alcançar 14,25% em março, segundo o Comitê de Política Monetária (Copom). A alta reflete os esforços para conter a inflação, mas também amplia os desafios para o crescimento econômico.
Outro obstáculo será a presidência de Gabriel Galípolo no Banco Central. Com a nomeação de Galípolo e outros três diretores indicados por Lula, o presidente terá maioria na diretoria do BC. A nova gestão deverá lidar com a disparada do dólar, que ultrapassou R$ 6,20 no final de 2024, e buscará ajustar a política monetária ao plano econômico do governo.
No cenário global, Lula inicia 2025 fortalecido após presidir o Mercosul e o G20. O Brasil será anfitrião de grandes eventos, incluindo a reunião do Brics e a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro em Belém (PA).
A COP30, uma das prioridades de Lula, será uma vitrine para destacar os esforços do Brasil na preservação da Amazônia. No entanto, desafios climáticos e políticos permanecem. A presidência de Javier Milei na Argentina, com duras críticas ao Mercosul, e o retorno de Donald Trump à Casa Branca podem dificultar acordos multilaterais, especialmente relacionados ao meio ambiente.
Os eventos climáticos extremos que marcaram 2024 — como enchentes no Rio Grande do Sul e queimadas no Pantanal e na Amazônia — reforçam a urgência de políticas ambientais. O governo brasileiro precisará equilibrar sua postura internacional com ações concretas para mitigar os impactos climáticos no território nacional.
Com uma agenda densa e desafios em múltiplas frentes, o presidente Lula terá de articular interesses internos e externos para consolidar avanços em áreas estratégicas. Entre reformas, compromissos climáticos e negociações econômicas, 2025 promete ser um ano decisivo para a gestão do petista.