O desemprego no Brasil alcançou 6,1% no trimestre encerrado em novembro, registrando o menor índice desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012. O levantamento, divulgado nesta sexta-feira (27/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela avanços significativos no mercado de trabalho.
Essa queda representa um recuo de 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (junho a agosto de 2024), quando a taxa estava em 6,6%. Em comparação ao mesmo período de 2023, quando o desemprego era de 7,5%, a redução foi ainda mais expressiva: 1,4 ponto percentual.
A pesquisa aponta que o número de pessoas desocupadas, ou seja, aquelas que procuravam emprego, chegou a 6,8 milhões, o menor contingente em uma década. Isso representa uma queda de 7% em relação ao trimestre anterior (510 mil pessoas a menos) e de 17,5% no ano (1,4 milhão de pessoas a menos).
Por outro lado, a população ocupada atingiu 103,9 milhões de pessoas, um novo recorde na série histórica. Esse número cresceu 1,4% no trimestre (mais 1,4 milhão de pessoas) e 3,4% no ano (mais 3,4 milhões de pessoas).
Avanços na ocupação e crescimento recorde
O nível de ocupação no Brasil, que mede o percentual de pessoas em idade de trabalhar que estão empregadas, alcançou 58,8%. Esse é o maior índice já registrado, com um aumento de 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre anterior e de 1,4 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano passado.
Entre os setores que impulsionaram o crescimento da ocupação, destacam-se:
• Indústria, com alta de 2,4% e a criação de 309 mil vagas;
• Construção, que cresceu 3,6%, adicionando 269 mil trabalhadores;
• Administração Pública, educação, saúde e seguridade social, com aumento de 1,2% e 215 mil novas contratações;
• Serviços domésticos, que avançaram 3%, gerando 174 mil novos postos de trabalho.
Ao todo, esses setores foram responsáveis pela contratação de mais 967 mil pessoas. Para Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, o crescimento é abrangente. “A expansão da ocupação por meio de diversas atividades econômicas vem permitindo que tanto os trabalhadores de ocupações elementares quanto os de serviços profissionais mais avançados sejam demandados, expandindo o nível da ocupação geral da população ativa”, analisa.
Rendimentos e massa salarial batem recorde
Os trabalhadores brasileiros tiveram um rendimento médio de R$ 3.285 no período analisado, valor que permaneceu estável em relação ao trimestre anterior e apresentou crescimento de 3,4% no ano. Já a massa de rendimentos, que soma os salários recebidos por todos os trabalhadores, atingiu R$ 332,7 bilhões, estabelecendo um novo recorde.
Na comparação trimestral, a massa salarial subiu 2,1%, enquanto o crescimento anual foi de 7,2%. Esses números refletem o aumento no número de pessoas empregadas e a melhora nas condições salariais em diversos setores.
Perspectivas positivas para o mercado de trabalho
Os resultados da Pnad Contínua mostram um cenário promissor para o mercado de trabalho no Brasil, com recordes de ocupação, queda no desemprego e avanços nos rendimentos dos trabalhadores. A tendência de recuperação econômica é acompanhada por uma maior diversificação das oportunidades de emprego, reforçando a inclusão de diferentes perfis de trabalhadores no mercado.