Em um depoimento revelador prestado ao ministro Alexandre de Moraes, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid confirmou a realização de uma reunião em novembro de 2022 na residência do ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, para planejar um golpe de Estado. Segundo informações da Polícia Federal (PF), o encontro ocorreu no apartamento de Braga Netto, localizado na Asa Sul de Brasília, no dia 12 de novembro do ano passado. O ex-ministro foi preso na manhã deste sábado (14).
De acordo com a investigação, a reunião envolvia um plano para assassinar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice eleito Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que também presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na época. Durante o encontro, foi discutido o planejamento operacional para a execução de ações violentas, incluindo a utilização de um grupo denominado “kids pretos”.
Além disso, mensagens trocadas entre os envolvidos, após o encontro, mostram que os militares suspeitos de estarem envolvidos na trama golpista começaram a discutir os detalhes para implementar o plano e monitorar os movimentos das autoridades. Em uma dessas mensagens, Marcelo Câmara, então assessor especial da Presidência, detalhou a rota que o ministro Alexandre de Moraes seguiria para participar da diplomação de Lula, prevista para 12 de dezembro de 2022. A descoberta dessas mensagens intensificou a gravidade da investigação, que aponta para uma articulação mais ampla e complexa envolvendo figuras chave do governo anterior.