Os servidores da Polícia Científica de Alagoas irão paralisar suas atividades por 48 horas a partir desta quinta-feira (12), em protesto contra a falta de resposta do Governo do Estado quanto à incorporação da Bolsa Qualificação na classe inicial dos cargos e à correção do percentual de interstício entre as classes das carreiras, para igualar as condições às de outras categorias da Secretaria de Segurança Pública.
A decisão foi tomada em assembleia realizada na última quinta-feira (5). Durante o período de paralisação, os servidores se concentrarão em frente ao Instituto de Criminalística, no Centro, e ao Instituto Médico Legal (IML), no Tabuleiro do Martins, a partir das 7h.
Segundo Ana Paula Cavalcante, diretora do Sindicato dos Peritos Oficiais de Alagoas, o processo relacionado às reivindicações tramita desde 2023 e já passou por diversas instâncias, mas o Governo do Estado ainda não apresentou uma proposta concreta.
“A categoria está cobrando uma posição do governo, pois o recesso legislativo ocorrerá nos próximos dias, e queremos uma definição sobre o pleito dos servidores”, afirmou Ana Paula.
Durante os dois dias de paralisação, os Institutos de Criminalística, Médico Legal e de Identificação funcionarão com 30% de sua capacidade, conforme previsto pela legislação. Essas unidades desempenham funções cruciais, como análises de cenas de crimes, identificação de cadáveres, realização de necrópsias, exames periciais em vivos e emissão de documentos de identidade.
A Bolsa Qualificação foi concedida em acordos anteriores com o Governo como um reajuste temporário, aguardando aprovação definitiva pelo governador Paulo Dantas. Segundo o sindicato, a não incorporação dessa bolsa ao salário até fevereiro de 2025 poderá resultar em uma redução salarial para os servidores, que já enfrentam uma década sem ganhos reais.
“A Bolsa Qualificação será encerrada em fevereiro de 2025. Caso não se concretize, haverá uma redução no salário dos servidores, que não recebem ganho real há dez anos”, ressaltou Ana Paula.
Em setembro, a categoria realizou um protesto em frente ao Palácio Marechal Floriano Peixoto, em Maceió, na tentativa de pressionar o governo. Apesar de uma reunião agendada com representantes do Comitê de Negociação Sindical, não houve avanços significativos nas negociações até o momento.
O movimento de paralisação busca intensificar a cobrança por uma solução antes do recesso legislativo, que pode adiar ainda mais a resolução das demandas dos servidores.