O laudo pericial divulgado nesta sexta-feira (6) pela Polícia Científica revelou que alterações irregulares na estrutura do bloco potencializaram a destruição causada pela explosão que levou ao desabamento de um prédio no Residencial Maceió I, no último dia 7 de novembro. A tragédia deixou três mortos, incluindo uma criança de 10 anos.
De acordo com o relatório, o epicentro da explosão foi o apartamento 731 B, onde houve um vazamento de gás decorrente do armazenamento inadequado de botijões. A explosão teve impacto devastador, atingindo um raio de 155 metros e culminando no desabamento completo do bloco.
O perito Marcelo Velez explicou que modificações estruturais realizadas no térreo, sem a devida autorização e supervisão técnica, foram um fator crítico para o agravamento dos danos. “O térreo do bloco tem função estrutural, dando suporte aos apartamentos superiores. Alterações não autorizadas nesse layout podem fragilizar toda a estrutura e influenciar no grau de destruição constatado”, afirmou.
A análise também revelou que a construção do bloco utilizava concreto celular moldado no local, que, além de sua função de vedação, desempenhava papel estrutural. “Esse tipo de material, aliado às modificações irregulares, contribuiu para a vulnerabilidade da estrutura durante a explosão”, completou Velez.
O incidente não apenas destruiu completamente o prédio afetado, mas também causou danos em unidades vizinhas, levando à interdição de outros blocos pela Defesa Civil. A tragédia trouxe à tona a importância do respeito às normas de construção e à supervisão de profissionais qualificados para alterações estruturais.
As investigações continuam para apurar responsabilidades, tanto do morador envolvido no armazenamento irregular dos botijões quanto de possíveis omissões em relação às alterações realizadas na estrutura do bloco.
A tragédia reforça o alerta para os riscos de modificações não autorizadas em edificações e para a necessidade de seguir normas de segurança no manuseio de gás e na manutenção de edificações residenciais.