O ônibus que caiu em uma ribanceira na Serra da Barriga, em União dos Palmares, na Zona da Mata de Alagoas, há nove dias, segue no local do acidente e ainda não passou por perícia técnica. O desastre causou a morte de 20 pessoas e deixou outras gravemente feridas, abalando a região e levantando questionamentos sobre a segurança do transporte utilizado.
De acordo com informações da Polícia Científica, as condições atuais tornam inviável a realização da perícia devido aos riscos à vida dos profissionais. O local do acidente é caracterizado por terreno instável e de difícil acesso, fatores que aumentam as chances de deslizamentos, capotamentos ou outros incidentes que poderiam comprometer a segurança da equipe de peritos.
A Polícia Civil informou que está em andamento a elaboração de um plano operacional para a remoção do veículo, medida essencial para que os exames periciais sejam realizados de forma segura. O delegado responsável pelo caso enviou um pedido formal à Polícia Científica, solicitando esclarecimentos sobre possíveis falhas mecânicas no veículo, como problemas nos freios, além de uma análise detalhada para determinar se o ônibus estava apto para o transporte de passageiros no momento do acidente.
A Polícia Científica enfatizou, em nota, que o levantamento pericial só poderá ser realizado quando o veículo for deslocado para um local adequado, com solo estável e condições apropriadas para a execução dos trabalhos. Esse procedimento é fundamental para garantir a segurança da equipe e a obtenção de informações precisas sobre os fatores que contribuíram para o acidente.
Enquanto isso, as investigações seguem em andamento. A Polícia Civil trabalha com a hipótese de falha mecânica, mas não descarta a possibilidade de erro humano ou outras circunstâncias que possam ter contribuído para a tragédia. Testemunhas que estavam no veículo ou presenciaram o ocorrido estão sendo ouvidas, e as autoridades aguardam o avanço da perícia para complementar as análises.
O acidente expôs preocupações recorrentes sobre as condições de veículos utilizados em transportes coletivos, especialmente em regiões que exigem trajetos por áreas de difícil acesso. Moradores locais têm relatado casos anteriores de problemas com ônibus que trafegam por essas rotas, levantando um alerta sobre a fiscalização e manutenção desses veículos.
O clima de comoção permanece entre os familiares das vítimas, que ainda buscam respostas sobre as circunstâncias que levaram à tragédia. Além disso, organizações locais têm se mobilizado para prestar apoio às famílias enlutadas, enquanto cobram maior atenção das autoridades para evitar que situações como essa se repitam.
A remoção do ônibus está prevista para os próximos dias, dependendo das condições climáticas e da conclusão do plano logístico. Somente após essa etapa será possível avançar na perícia, que é considerada peça-chave para determinar responsabilidades e evitar novos acidentes.